Hélio Consolaro*
Dentre os livros à espera de comentários neste blog, está
aqui o “Entre o ínfimo e o grandioso, entre o passado e o presente: o jogo
dialético da poética de Manoel de Barros”, do araçatubense, professor (e doutor,
e gostam dos títulos os acadêmicos das universidades), Carlos Eduardo Brefore
Pinheiro. Pelo tamanho do título do livro, já se vê que o rapaz é prolixo.
Carlos é pupilo do doutor Tito Damazo. Na literatura, mantêm
afinidades. Ambos participam da comissão julgadora do Concurso de Contos Cidade
de Araçatuba, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura.
Comprei este livro na noite de 27/11/2014 na sessão solene
da Academia Araçatubense de Letras, realizada na Câmara Municipal, quando
Carlos Brefore passou o conteúdo de sua tese oralmente para os acadêmicos e
demais presentes em forma de palestra.
O doutor Carlos se entusiasmou com tratamento de “acadêmico”
dado aos membros da AAL que nem se preocupou com a didática, passou o seu saber
sobre Manoel de Barros, o poeta das “ingnorâncias”, de uma forma monocórdia às
sapiências.
Confesso que resisti, se gostava dos textos do poeta
sul-mato-grossense, passei a gostar mais deles. No final, improvisou-se uma
sessão de autógrafos, comprei até um exemplar.
Caro leitor, mas nem tudo foi pacífico como parece neste
texto. De repente, durante a explanação do doutor Carlos Brefore, deu uma
abrição de boca numa acadêmica, uma inquietação, que causou mal-estar em todos
nós, porque era um desrespeito ao convidado. Isso causou certas ignorãças veiculadas
por e-mail. Ser imortal não é fácil, às vezes, uma chatice.
Então, caro leitor, o conteúdo da tese não fora adaptado
para os novos suportes, como o livro e a palestra, daí ter causado situações
embaraçosas, mas isso não significa que o conteúdo não seja bom.
Se você, caro leitor, gosta de Manoel de Barros e entende o
mundo da literatura, pode comprar o livro. Vai entender tudo. Se lê, no máximo,
Paulo Coelho, não compre não, o danado é difícil, é melhor ler o poeta.
“Entre o ínfimo e o grandioso, entre o passado e o presente:
o jogo dialético da poética de Manoel de Barros”. Publicado pela Editora Todas
as Musas, 157 páginas, R$ 30,00 – Clique aqui para adquirir o
livro
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário
municipal de Cultura de Araçatuba-SP
Um comentário:
Penso que leituras de livros como estes, tanto do poeta quanto o do Carlos que escreve uma tese (anos de análise e pesquisa), conquanto tragam graus de dificuldade (o fácil (não confundir com o simples) cultiva a ignorância) transformam os que os leem. Os Paulos Coelhos distraem, entretecem e passam incólumes. Daí que a "aventura" de lê-los possa trazer também a ventura do prazer.
Postar um comentário