AGENDA CULTURAL

14.11.15

Poeta das ignorãças confundiu a sapiência

Hélio Consolaro*

Dentre os livros à espera de comentários neste blog, está aqui o “Entre o ínfimo e o grandioso, entre o passado e o presente: o jogo dialético da poética de Manoel de Barros”, do araçatubense, professor (e doutor, e gostam dos títulos os acadêmicos das universidades), Carlos Eduardo Brefore Pinheiro. Pelo tamanho do título do livro, já se vê que o rapaz é prolixo.

Carlos é pupilo do doutor Tito Damazo. Na literatura, mantêm afinidades. Ambos participam da comissão julgadora do Concurso de Contos Cidade de Araçatuba, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura.

Comprei este livro na noite de 27/11/2014 na sessão solene da Academia Araçatubense de Letras, realizada na Câmara Municipal, quando Carlos Brefore passou o conteúdo de sua tese oralmente para os acadêmicos e demais presentes em forma de palestra.
 
Manoel de Barros
O doutor Carlos se entusiasmou com tratamento de “acadêmico” dado aos membros da AAL que nem se preocupou com a didática, passou o seu saber sobre Manoel de Barros, o poeta das “ingnorâncias”, de uma forma monocórdia às sapiências.

Confesso que resisti, se gostava dos textos do poeta sul-mato-grossense, passei a gostar mais deles. No final, improvisou-se uma sessão de autógrafos, comprei até um exemplar. 

Caro leitor, mas nem tudo foi pacífico como parece neste texto. De repente, durante a explanação do doutor Carlos Brefore, deu uma abrição de boca numa acadêmica, uma inquietação, que causou mal-estar em todos nós, porque era um desrespeito ao convidado. Isso causou certas ignorãças veiculadas por e-mail. Ser imortal não é fácil, às vezes, uma chatice.

Então, caro leitor, o conteúdo da tese não fora adaptado para os novos suportes, como o livro e a palestra, daí ter causado situações embaraçosas, mas isso não significa que o conteúdo não seja bom.
 
Carlos Brefore
Se você, caro leitor, gosta de Manoel de Barros e entende o mundo da literatura, pode comprar o livro. Vai entender tudo. Se lê, no máximo, Paulo Coelho, não compre não, o danado é difícil, é melhor ler o poeta.
“Entre o ínfimo e o grandioso, entre o passado e o presente: o jogo dialético da poética de Manoel de Barros”. Publicado pela Editora Todas as Musas, 157 páginas, R$ 30,00 – Clique aqui para adquirir o livro


*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

Um comentário:

Tito disse...

Penso que leituras de livros como estes, tanto do poeta quanto o do Carlos que escreve uma tese (anos de análise e pesquisa), conquanto tragam graus de dificuldade (o fácil (não confundir com o simples) cultiva a ignorância) transformam os que os leem. Os Paulos Coelhos distraem, entretecem e passam incólumes. Daí que a "aventura" de lê-los possa trazer também a ventura do prazer.