Veneziana descartada, sendo usada como suporte |
Apenas quero mostrar nesta página, caro leitor, que os homens também choram, cuidam de flores sem ser jardineiros profissionais e nem por isso perdem a sua macheza.
Dizem que nossos jardins atuais, quando são imagem e semelhança de seu dono, como o meu, cheios daquelas flores de sítio, daquelas casas simples de zona rural, é uma busca da infância.
Monsenhores (tipo de crisântemo) e petúnias |
Vaso sanitário e pia receberam bela ramagem |
Plantar, adubar, aguar diariamente, ver a flor abrir suas pétalas, seja qual for a espécie, tudo isso é reconfortante, trata-se de uma terapia. Começar a ver lagartixas correndo pelo quintal, só me falta atrair os beija-flores. Quando a vida deságua bem na velhice, ela torna os avós mais gente.
Não ria de meu jardinzinho, caro leitor (ou leitora), não mudei o meu gênero, estou apenas percorrendo a estrada da vida.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba-SP, Andradina-SP e Itaperuna-RJ.
Um comentário:
Que surpresa! Mais uma das facetas que passo a admirar no Consolaro. Temos aqui em casa uma trepadeira cuja muda veio em nossa mudança para
Campinas em janeiro de l981. Foi-nos dada pela Sra. Carlinda, famosa e exímia professora de bordados, moradora ali na rua General Osório, creio próxima à esquina com a Princesa Isabel. Os amigos que aqui chegam logo exclamam pela sua exuberância e beleza. E os vasos de samambaia são os preferidos das pombas, uma espécie de juriti, para aprontar seus ninhos. As maritacas fazem baldeação por aqui também. Às vezes ficam dois, três dias, e depois se vão. Parada para um descanso. Teve um dia filmei um jacu-açu, daquele de barbatana vermelha, numa das árvores do jardim, onde o Pedro Henrique, nossa filho, tentou uma plantação de couve. Gostoso acompanhar o desenvolvimento das plantas. O quintal e o terraço já cheio de vamos enormes, além dos canteiros perto da cozinha onde colhemos manjerona, basílico, hortelã, cebolinha, salsa, couve, rúcula, agrião e almeirão, não se falando do orapronobis. Por falar nisso, lembrei já está na hora de podar os pés de uva. A tesoura eu comprei lá na Casa Dois Martelos, ali na Marechal. E o martelo também, sempre atendido pelo Seu Sgaglia. Viu como um assunto rende outro?
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