AGENDA CULTURAL

5.6.19

Neymar e maria chuteira se merecem


* Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Araçatuba-SP

Não gostaria de escrever sobre esses desvios morais das pessoas, principalmente de astros e estrelas, mas cronista não pode fugir dos temas que a vida oferece. 

A pessoa comum sonha em ser famosa ou muita rica. Pode ser hipocrisia, mas não jogo na loteria de medo de ficar rico. Certamente, se ganhasse, ia arrumar para a minha cabeça uma série de problemas. Desejo ter mais dinheiro, mas nem tanto, apenas para viajar, investir mais em literatura. Ter uma vida com um pouquinho mais de sobra mais sobra. 

Nada de ser podre de rico e ficar esnobando, ser um mala. O rico com classe é aquele sujeito bem simples. É difícil encontrar um exemplar, pois o dinheiro traz a soberba, mas existe.

Aliás, o Neymar é muito esnobe para o meu gosto. Tal atleta não me é simpático. E ele foi educado pelo pai para ser assim. Pelo tipo dele, mereceu a "maria chuteira", ou seja, a mulher que lhe aprontou a armadilha.

Eu gosto do poema de Manuel Bandeira "Vou me embora para Pasárgada", mas quando diz:

"Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada"; o poeta brasileiro me desgosta.

Os machistas que se sentem donos do mundo querem "ter" a mulher como se fosse um objeto, não querem "ser" também aquela mulher na hora do amor, do orgasmo. O amor pode ser passageiro, enquanto dure, mas homem e mulher não prescindem dele enquanto vivem uma aventura. 

A prostituição promove apenas uma trepada, pior que uma masturbação. Hoje, nem tanto, todavia há homens que não sabem ir pra cama com uma mulher, sem lhe deixar no criado-mudo 30 dinheiros, como pagamento pela prestação de serviço. 

O sexo foi uma armadilha que o Criador pôs em nós para que sejamos obrigados ao encontro do outro, pois a solidão não é o nosso natural, não nasce um terceiro humano sem o encontro de outros dois. 

Nem sempre as mulheres estão certas e os homens errados. Não se bate numa mulher nem com um rosa, quando ela diz "não" é não mesmo, não se pode forçar. 

Neymar é um mala, a mulher que vendeu o seu corpo e se entregou de avião é uma maria chuteira, uma golpista. O jogador achou que podia fazer qualquer coisa com o corpo comprado. Errou. Os dois se mereciam. O jogador poderia ter comprado uma mulher inflável. 

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