AGENDA CULTURAL

27.10.19

A cadelinha Sula - resenha de Antonio Luceni

Capa do livro
Foi com grande alegria que eu e outros tantos participamos na noite do último dia 25 de outubro do lançamento de mais um livro voltado para o público infantojuvenil, e também a estreia de mais um escritor dedicado a escrever para este público; no caso, uma escritora.

Duxtei Vinhas Ítavo, já conhecida no meio araçatubense pelo seu envolvimento com diferentes artes, sobretudo com as artes visuais e contação de história, amplia seu leque de atuação, agora, como escritora.
  
Em seu livro de estreia, A cadelinha Sula, relata a história de um garoto (Lucas) e sua cadelinha (Sula) e as peripécias de ambos, com especial ênfase nas da cadela. De forma delicada e sensível, a autora evoca sentimentos e sensações por meio de situações pitorescas, próprias da infância e, com isso, acaba por abarcar vivências possíveis por qualquer um de nós, em qualquer lugar do planeta.

Fugindo do normalmente proposto às histórias voltadas para crianças, o término da narrativa deixada por Duxtei não é lá, digamos, um final feliz. Entretanto, como uma espécie de compensação própria das narrativas provisórias, o garoto, ele próprio, encontra um caminho para superar esse que, talvez, seja o primeiro dos muitos dissabores que encontrará pela vida.

Uma prosa simples, sem grandes metáforas, num discurso direto e bastante convencional – possivelmente influenciado pelo viés contadora de história, dialoga tanto com crianças, adolescentes quanto com jovens e adultos. Como pode ser visto no final do livro, na biografia da autora, a paixão por cães foi um grande motivador para que a história fosse produzida e ilustrada por ela – agora a artista visual se põe em ação.

É muito possível, e eu não duvido que isso aconteça, que ela transforme esse texto em alguma esquete ou peça teatral e, a partir dela, saia pelas escolas de Araçatuba e região apresentando seu texto, suas ilustrações, seus personagens, sua voz, fechando o ciclo das artes com que lida. Porque a Duxtei é isso: múltipla.

Bem-vinda ao grupo de escritores de literatura infantojuvenil, minha amiga. Muito sucesso e que você espalhe cada vez mais essa sua energia, delicadeza e as suas artes, que tão bem nos fazem.

 Antonio Luceni é mestre em Letras, jornalista, e escritor. Membro da União Brasileira de Escritores UBE e da Academia Araçatubense de Letras AAL. Entre outros, tem publicados os seguintes livros: Júlia à procura da consciência perdida (2006); Com quantos chapéus se faz um Chapeuzinho (2007); A história do Bichinho, em coautoria com Wilma Gottardi (2012); Poesia, pipoca e pião (2013) e O menino e o Vento (2017). 

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