Grupo de minicontos https://www.facebook.com/groups/1838272309819254/ |
Bem antigamente, mas ainda há gente repetindo o que foi dito, se dizia que cronista era um escritor preguiçoso: não gostava de poesia e nem tinha coragem de escrever um romance. Fazia textículos.
O conto antigamente tinha acima de 10 páginas. No Modernismo, surgiram os contos mais enxutos, tensos, densos e condensados, os minicontos, cujo final era um presente para o leitor. E os romancistas continuaram firmes.
Os poetas foram buscar a densidade no Japão, o haicai. Os contistas resolveram encurtar a prosa, criaram os microcontos. Há gente confundindo o gênero com microcrônicas. Continuam com dificuldades com a narrativa.
Em Araçatuba surgiu um grupo de microcontos, liderados pela Fátima Florentino, que nunca tinha escrito nada, mas incentivada pelo namorado, o escritor José Hamilton Brito, começou pelo microconto e já está na crônica. E ela tem talento.
Wandyr Zafalon Jr. |
Arrastou para si um grupo grande que se instalou no Facebook. Ela e o Wandir Zafalon Júnior já ganharam até prêmio Odete Costa. Um grupo que dá uma banana para os teóricos, às vezes não se enquadram nas cercas do gênero, escrevem pela alegria de escrever.
Alguns deles têm acanhamento em ser chamados de escritores; pudor de nanicos, mas podem usar a nomenclatura sem nenhum pejo.
Na verdade, quanto menor for o gênero, mais difícil se torna a arte de escrever: é dizer tudo em poucas palavras. Nesse tempo de internet, de pouco texto e tempo menor ainda para a reflexão, os gêneros menores grassam como tiririca. Eu mesmo ando escrevendo crônicas menores para continuar sendo lido.
No dia 30 de novembro de 2019, Wander Zafalon Júnior criou coragem e desfilou em trajes menores, publicou seus microcontos em livro. No último 14 de janeiro de 2020, o mesmo aconteceu na Balada Literária do Quintal Cultural, evento organizado pelo Grupo Experimental.
Para não escandalizar o leitor, pôs três microcontos em cada página, em vez de um só: "Micro contos para macro aquecer a alma". O cara leva jeito.
Já fiz uma proposta para a Fátima Florentino que desejo editar o primeiro livro dela de microcontos, com um em cada página, sendo que o volume tenha o tamanho de um maço de cigarro: 7cm por 8 cm. E ela vai se candidatar a uma vaga na Academia Araçatubense de Letras atendendo com ele o requisito de livro publicado.
O Grupo Experimental da AAL não surgiu apenas para obedecer, precisa também quebrar paradigmas.
4 comentários:
Quero parabenizar o Wandyr Zafalon Jr. pelo belo trabalho na criação do livro, e agradecer a você Hélio Consolaro pelo incentivo a novos escritores. Abraço
Parabéns Helio por tão sábias e reais palavras sinceras! Um estímulo à quem gosta de criar e reunir letrinhas que aqueçam ou encantem corações!
Araçatuba. conhecida um dia por : Rainha da Noroeste! Rainha do Asfalto !... hoje no meu observar cresceu e amadureceu ,...
Busca humilde e sabiamente ser Cultura ! Conhecimento ! Criatividade!
Ainda não li o livro de Wandyr ,por estar viajando ,vou entrar em contato !
Muitas benesses desçam sobre cada Criador literário que tragam mais olhos voltados para a leitura ,um prazer que sempre sacia a nossa mente e amplia a nossa posição holística de guardiões da cultura!
Aquele abraço a todos ! Deus conosco sempre abençoando muito nossas escolhas sábias palavras sinceras!
Parabéns Hélio, por nós mostrar a beleza dos micri-contos e a querida Fátima que iniciou e incentivou o micro conto.
Sim! Os micro-contos estimulam a leitura dinâmica,encantam e entretém o leitor. A Fátima e o Wandyr estão de parabéns.
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