Talvez você acredite que intuir seja algum
dom especial de pessoas místicas, mas é
uma capacidade humana com a qual todos nós nascemos, capaz de levar informação
e conhecimento à nossa mente sem passar pelo filtro dos modelos racionais.
Quem se sente bem conectado com a sua
intuição sabe que ela é a sua voz mais sábia e segura.
Ela pode nos ajudar a tomar pequenas
decisões diárias, as quais nem percebemos, bem como nos assopra aos ouvidos um
comando que por vezes teima em permanecer ali, nos guiando para outra direção
que tem mais a ver com a nossa natureza.
O psiquiatra italiano Mauro Maldonado em
seu livro Na Hora da Decisão, “Nada nos
ajudou mais a enfrentar e resolver dificuldades e problemas do que a intuição.
Essa forma inconsciente de conhecimento entra em jogo em todas aquelas
situações nas quais temos dificuldade para refletir”.
Quando falamos em intuição, logo
perguntamos e a razão? Estamos mergulhados em uma cultura ocidental que
hipervaloriza a razão e a lógica, os
argumentos supostamente baseados em dados concretos, e subestima o valor desse
processo interno tão sutil e subjetivo, prejudicando a nossa conexão com o que
é mais profundo e interno. O erro é tido como sinal de fracasso e então somos
sempre chamados a decidir da forma mais acertada, clara, produtiva e certeira.
É curioso pensar que Albert Einstein, um
dos cientistas mais importantes de todos os tempos, tenha se apoiado tanto na
própria intuição para avançar em seus experimentos e descobertas. Ele disse” A
mente intuitiva é um dom sagrado, e a mente racional é um criado fiel. Nós
criamos uma sociedade que honra o criado e esqueceu o sagrado”
Ainda o psiquiatra Mauro defende que no
campo das ciências a intuição é valiosa. E que as nossas escolhas não teriam o
mesmo efeito se fossem tomadas apenas de forma lógica. O que nos leva a
conclusões eficazes não são raciocínios cansativos, mas sensações viscerais,
emotivas, instintivas. São elas que resolvem nossas indecisões e nos fazem
dizer: “Muito bem, agora eu sei o que fazer! “Por acaso a lógica poderia nos
dizer com quem devemos nos casar, em quem confiar, qual trabalho escolher?"
Distanciar de muitos ruídos e estímulos
externos que nos fazem permanecer em constante distração também nos aproxima da
intuição. Para ouvir a sua voz interior, buscar se recolher e desacelerar.
Ficar menos tempo em eletrônicos, como o computador e celular. Fazer leituras,
escutar músicas e pedir em orações. Essa prática em depoimentos tem dado
segurança para decidir quando a voz da intuição aparece.
Por fim, abrir o nosso portão intuitivo
terá muito mais a ver com desaprender e desconstruir. Nem sempre tudo precisa
fazer sentido, e podemos aprender a ver a beleza disso. “Há um salto de consciência, chamemos isso de
intuição ou do que quer que seja, e a solução surge à sua frente, sem que você
saiba como e porquê” disse Einstein, o que sugere acreditar na própria mágica
por trás da vida. Se a nossa essência sempre vai nos levar pelos caminhos que
forem certos para a gente, a intuição definitivamente nunca poderá estar
errada.
Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC.
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