Além de gritar palavras de ordem, como “bandido bom é bandido morto”, um rapaz loiro, de físico atlético e uma suástica tatuada no braço direito, propôs uma pauta de costumes. Ele colhia adesão a um abaixo-assinado para expulsar do Nosso Senhor Acima de Tudo um designer assumidamente gay. “Esse lixo defende ideologia de gênero e prega o racismo inverso”, discursou o loiro bombado.
O marido da vendedora, José Terraplana, acompanhou a conja até a delegacia de polícia. Ele é assessor parlamentar de Jacinto Oficialato de Jesus, um ex-tenente da PM que cumpre o quarto mandato de vereador, agora pelo PSL (Partido dos Sacanocratas e Liberticidas). Assessor e vereador são acusados de peculato mediante a prática de rachadinha.
O delegado Miliciano Colt e Silva, que presidirá o inquérito da alcatra, suspeita que os encapuzados façam parte de uma quadrilha especializada em roubo de carnes em casas de família com o objetivo de posteriormente pedir resgate. “Nos últimos dois anos temos várias ocorrências com o mesmo modus operandi”, declarou Miliciano.
De acordo com o policial, “a res furtiva” tem sido sempre carne de primeira, que por se tratar de um alimento caro é exposto nas redes sociais quando adquirido pelas famílias baixa renda, como se fosse conquista da inegável gula ou soberba gastronômica. Miliciano pede aos munícipes que denunciem suspeitos pelo telefone 17-171. Caso o denunciante tenha algum problema com a Justiça, ele não descarta a possibilidade de delação premiada.
(*) Antônio Reis é jornalista e ativista do Grupo Experimental da ALL.
Um comentário:
Seria cômico, se não fosse trágico.
Vivemos esta balbúrdia.
Fora Bolsonaro
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