Coveiro leva facada ao separar briga por herança - Folha da Região, 29/04/2021
Essa notícia é trágica por si só, o cronista não precisa acrescentar muita coisa. Às vezes, a vida denuncia os protagonistas e antagonistas com toda a sua eloquência.
Se fosse cena de um filme, uma novela, iríamos dizer que o autor havia exagerado nas tintas. Ela revela a pequenez humana, a falta de respeito pela falecida e o apego às coisas materiais.
Exagerando: o corpo ainda estava quente e os parentes na disputa dos bens amealhados pela morta.
E quem levou a pior foi o coveiro, cumpridor de suas obrigações de ofício. Como ele vai explicar para familiares e amigos a facada, pois não estava em campanha eleitoral.
A gente é isso mesmo, só pensa nos bens, todo mundo sabe, mas podia muito bem saber o momento de discutir a partilha. Tudo aconteceu fora de hora, num cemitério denominado "Recanto de Paz".
Certamente a sepultada, a tia dos herdeiros, era a única pessoinha em paz naquela família beligerante.
Se a sepultada tivesse morrido de Covid-19, a herança será maligna.
Um comentário:
Já ouvi dizer que mulheres herdeiras brigavam por tapoeres.
Será que escrevi certo?
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