AGENDA CULTURAL

30.11.21

Namoradinha de uma amiga minha

 


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

A música de Roberto Carlos é "Namoradinha de um amigo meu", apenas mudei o título para épocas atuais, assim a crônica fica mais interessante. Podia ser "Namoradinho de um amigo meu".

Nem tudo que o cronista conta aconteceu com ele. Este fato a ser narrado ocorreu com um amigo, separado, galinhão, frequentador de baladas (ou noitadas, usando o arcaísmo da personagem). 

Estava ele num caraoquê, local completo, com microfone livre uma pista de dança e mesas. Instalação afastada da cidade, mas bem frequentada. 

Chegaram duas raparigas (feminino de rapaz, apenas isso, de novo o arcaísmo) animadas. E esse meu amigo começou a flertar com uma delas.

Pá de cá, pá de lá, meu amigo pediu licença aos colegas de mesa foi tirar a moça para dançar noutra. 

Dois pra cá, dois pra lá, conversas ao pé de orelha. Devolveu a dama à mesa, mas foi novamente pedir a contradança. Aí foi a surpresa.  

- Gostaria de que o senhor não viesse mais tirar a Claudete para dançar. Ela é uma mulher comprometida.

- Por que o namorado não veio? - perguntou meu amigo.

- Sou eu! - Só faltou dizer: "Do que você gosta, chupo até o caroço".

E agora? Essa modernidade não está apenas nas novelas. Meu amigo galinhão ficou pasmo. Não sabia o que responder.

E concorrente avançou pra cima de meu amigo. E a turma do deixa-disso entrou em ação.

Foi a maior zoeira sobre meu amigo, após tudo se acalmar.  

- Preciso tomar mais cuidado. Afinar meu faro - disse meu amigo.

Há uma outra frase que também está sendo  pronunciada com frequência: "Minha mulher me trocou por outra mulher" ou "Meu marido me trocou por outro homem".

Um parente, meio problemático nos relacionamentos, estava tão desanimado que expressou o seu pensamento sem nenhum pejo: "Acho que vou namorar homem. Quem  sabe vai dar certo". Dois meses depois, morreu, estava mesmo desgostoso.

No bojo dessa lógica, há o filme honconguês "Suk Suk - Um amor em segredo" . Dois homens idosos, Park e Hoi, que passaram uma vida inteira sem assumir sua homossexualidade, vivendo com famílias de casamentos com mulheres e escondendo esse seu outro lado. Quando se conhecem, se apaixonam e encontram uma nova motivação para um futuro juntos. 

Vale a pena assistir ao filme: NOW e Youtube. Os dramas não são só héteros. A vida também se manifesta com toda a sua dor entre os homos.  


2 comentários:

TONY TEODORO disse...

Eis o acaso do destino!
Esse amigo devia estar tão ficcionado no próprio tesão, que não percebeu os olhares furtivos de quem namora.

TONY TEODORO disse...

Eis os acasos do destino.