Livros em janela de Kiev e na calçada de Petrópolis |
É assustador o nível nas conversas na casa mais vigiada do país! Tem um ditado popular que diz:
1 - Grandes espíritos ou mentes falam de
ideias, raciocínios e verbalizam reflexões.
2 - Os espíritos e mentes medianos tendem a
falar, discorrer e discutir sobre coisas, objetos e dinheiro. Viagens entram
aqui quando só se fala o que disse o guia turístico, pessoas vistas e imagens
das paisagens. Mas, viagens podem ser nível 1 se for resgatando a história,
geografia, abstração e reflexões culturais dos locais.
3- Já as mentes e espíritos inferiores,
menos evoluídos, tenderiam a falar sobre pessoas, vida alheia, maledicência,
discutem sobre as atitudes e aparências das outras pessoas. Geralmente são
papos cheios de preconceitos e reclamações. Nestes papos quase sempre se usa
muito a palavra “eu”.
SE FOSSE LEI
Se virasse lei ficaria difícil participar
de certas rodas ou reuniões familiares, no trabalho e conversar durante o
entretenimento. Se diz ser difícil aguentar conversas de bêbado, mas isso
depende muito de que bêbado. Mesmo os
bêbados, podem ter conversas interessantes, pois quando são muito inteligentes
conversam sobre situações muito divertidas e profundas. Bêbado chato mesmo é o
bêbado inculto!
Faça um teste. Em qualquer reunião,
disfarçadamente, contabilize os assuntos abordados. Ficarás espantado: metade
dos temas versam sobre vida alheia e a outra metade, de doenças e mortes! Claro
que falar de celebridades, semi-celebridades e pseudo-celebridades é falar da
vida alheia. E mais ainda, falar do marido ou esposa e ou de parentes e filhos.
LIVROS PODEROSOS
Uma das coisas que mais nos remete a
imaginação são filmes, teatro e música, mas os livros parecem ser campeões.
Livro cria cumplicidade do leitor com o tema que só mesmo quem lê
rotineiramente consegue reconhecê-la. Como apreciador de livros de papel ou
e-book, eles sempre me chamam a atenção. Vou expor três situações:
1. O
entrar em uma casa, consultório ou escritório, sempre procuro por livros, mas
ultimamente tenho encontrado estantes vazias ou servindo de prateleiras para
enfeites e plantas artificiais.
Saber que no local não tem livros já
diminui minhas expectativas e deixa o ambiente frio e pouco acolhedor. Claro
que isso é muito pessoal. Talvez não ter livros diminua a chance de
verdadeiramente conhecer a pessoa dona do lugar.
Parece verdade que diga o que lê ou leu, e
eu te direi quem tu és! Por mais que procure na casa do BBB eu não consigo
encontrar livros ou livretos. Por que seria que não colocaram nenhum livro em
toda a casa?
2. Folhando
os jornais da semana ou dedilhando os jornais na tela, em vários vi a mesma
imagem obtida na Ucrânia: a janela de vidro de um apartamento em Kiev sob
ataques, protegida ou vedada por livros, um sobre o outro para evitar que os
estilhaçados de vidro, atingisse seus moradores, caso quebrasse!
Livros servem para quase tudo, mas nunca
tinha visto como barreira protetora em uma guerra. Mal sabe Putin e muitos
outros, que apenas disfarçam que leem, que o conteúdo de livros em suas mentes
e sentimentos não induziriam e nem participariam de guerras putrefatas. Apenas
deficientes mentais iletrados fazem guerra, são briguentos e gostam de armas
assassinas. Os livros na janela da guerra dizem tudo por si mesmo: que imagem!
3. Na
calçada em frente da livraria em Petrópolis inundada e suja, havia mais de 15
mil livros empilhados e barreados para serem descartados. Que cena triste! Eu
chorei pelos livros e mentes cassados pela lama em seus direitos de aprender,
ensinar e saber sobre as coisas da vida! Mentalmente, eu pedi perdão a estes
livros em nome de todos que poderiam lê-los.
REFLEXÃO FINAL
Cada mente inculta sem o hábito de ler é quase uma alma a penar e a fazer outros sofrerem. Mesmo que seja o mais simples livro que exista, pode salvar uma mente! Sem livro, cada mente humana corre o risco de ser um vaso fértil para semear a guerra e a discórdia pela estupidez! Reflitamos e devolvamos os livros para as estantes!
pela USP - consolaro@uol.com.br
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