Sabe aquele vinho barato, o pêssego em calda e o leite condensado que vieram na sua cesta de Natal? Então, tudo misturado e batido com gelo dá um saboroso drink, ideal para uma tarde/noite de domingo, horário em que costumo me dedicar à escrita de crônicas, embora nem sempre as publique.
O drinque vinho/pêssego/leite condensado experimentei há muitos anos na Raízes (livraria durante o dia e bar à noite, que poderia ser o contrário dependendo das circunstâncias). O estabelecimento ficava na Bernardinho de Campos, Centro de Araçatuba, em frente à escola Cristiano Olsen. Os proprietários eram Ruy Barbosa dos Santos e Antônio Folquito Verona. Meados dos anos 1980.
A Raízes foi um dos ambientes alternativos mais aconchegantes que Araçatuba já conheceu. Além de livros então encontrados só nas boas livrarias de São Paulo e das grandes cidades, oferecia aos frequentadores sala para assistir filmes em videocassete, o máximo em tecnologia para a época e nem tão acessível a todos. O bar? Bem, era um bar como outro qualquer, mas diferente de qualquer outro bar. Era um bar em nossa aldeia, mas não era um bar da nossa aldeia.
Por lá passaram políticos locais ou de projeção nacional, artistas das mais variadas vertentes culturais, intelectuais de refinado conhecimento, estudantes universitários, pessoas de todas as idades e de todas as tribos. Moças e rapazes descolados. Dada a essa diversidade, os frequentadores do Raízes Bar e Livraria aprenderam muitas coisas interessantes, inclusive a fazer batida de vinho com pêssego.
(*) Antônio Soares dos Reis é jornalista em Araçatuba e ativista do Grupo Experimental (GE) da Academia Araçatubense de Letras (AAL)
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