Fotos de Elaine Alencar
Alunos da escola Espaço Musical Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP |
Em fins de
ano, academias e escolas de artes fazem seus festivais, uma forma de mostrar a
produção do ano, dar uma satisfação aos pais e todos no ataque histérico de
fotografar tudo, filmar tudo. Cada aprendiz convoca família, tios avós,
madrinhas, padrinhos. Enfim, garantir mais mais alunos para o ano
seguinte.
Nos meus
oito anos de secretário municipal de Cultura de Araçatuba, sempre era convidado
para tais festivais. Principalmente do Projeto Guri e do Balé Municipal, mas
também das academias de dança, escolas de música. A presença de uma autoridade
sempre valorizava o evento, animava mais os promotores.
Enquanto
professor, nos meus 36 anos de magistério, a minha rotina de final de ano eram
as festas de formatura: aqueles procedimentos repetidos. Às vezes, repetiam-se
os mesmos discursos: "Esse discurso já ouvi numa festa
anterior". As variações eram as escolas, cidades e graduação. Para
os alunos, escolas públicas ou particulares, pais e famílias era uma alegria
geral. Peguei o começo do celular como câmera fotográfica.
Agora, sou
avô. Menos intensidade, tenho só seis netos. Lá vou eu aplaudir minha prole nos
festivais. Andei faltando nalguns, quase me lincharam. Consertei a marcha, pois
ter netos e amá-los é um privilégio.
A minha neta
Elis tem espírito de artista, então participo mais das solenidades dela. Como
foi no dia 15 de dezembro de 2022, no teatro da Associação Cultural Nipo
Brasileira de Araçatuba, quando a escola Espaço Musical, da maestrina Eliana
Nakaguma, promoveu seu festival.
Perfiladas
na plateia estavam família Kanezawa, Nagai e Consolaro. Eu era o único
italianão no meio da japonesada, ou melhor, nisseis, dentre os quais quatro de
meus netos, mestiços.
E assim, o
festival caminhava com sua pauta. Apresentavam aprendizes de várias faixas
etárias, cada um com seu talento.
Até a Eliana
Nakaguma chamar a Elis: "Elis Consolaro". E só! Não falou o sobrenome
do pai Marlon Kanezawa (também presente). Pensei comigo: "Isso vai ter um
custo!".
Elis se
apresentou muito bem com a música "Foi Deus quem fez você", Amelinha.
Aplaudidíssima para alegria dos familiares. Ela foi parabenizada pela maestrina
no microfone que lascou: "Vô, o violão da Elis está pequeno, precisa de um
maior". Eis o custo que anunciei no início desta crônica. As avós
compraram o instrumento pelo Mercado Livre. Agora, caiu no colo do avô. Tudo
bem, faz parte do show avoengo.
Nas solenidades, enquanto secretário de Cultura, o pessoal me cobrava um teatro maior, reforma de museu etc. Como avô, a reivindicação é menor: apenas um violão. Se não tiver dinheiro, vou vender o meu chapéu!
4 comentários:
Eita chapéu 🎩 caro esse seu!! Abraços, camarada!
Ser avô é tudo de bom, é magia, é voltar a sonhar como criança, é querer que tudo dê certo para que o mundo fique melhor para os netos!! Eu não os tenho ainda, mas os desejo há muito tempo esta graça de Deus!!!
👏👏👏😀😄😍 Gosto muito dos seus textos
Sou a Elis neta dele e após este acontecimento ganhei um violão,mas quando uns ganham outros perdem e que perdeu foi o vovô 😄😛 um de seus vários chapéus, acho que não faz falta né?🙈
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