E quer sair sem fome da caixinha do McFeliz?

Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Araçatuba-SP

Não é possível passear com os netos pela cidade sem estacionar no McDonald. Roda de um lado, do outro, a farra infantil acaba lá. Isso para quem mora em Araçatuba; para moradores da região, a ansiedade deve ser mais intensa, quando visitam a cidade maior.  Este cronista não foge à regra. 

Noutros dias, vão também ao Dogão Lanches, ao Talon Lanches, mas o entusiasmo maior é com a marca norte-americana.  Uma das minhas netas, a Luísa, é ágil em pedir lanches para irmãos, primos, pais e avós. Vai na tela e tecla tudo.  Conhece a máquina e os lanches. Os menorzinhos vão no Mclanche Feliz, que além de alimentar, divertem as crianças com brinquedos.

Segundo o Hélder, um dos pais, é possível viver sem o McLanche Feliz, mas precisa de muita disciplina. Na escola, é o assunto da segunda-feira: "papai me levou ao McDonald". Se for pai separado, conter a vontade dos pequenos é impossível. Torna-se moeda de troca. 

Outra característica do McLanche Feliz: a criança sai feliz, brincou, encontrou primos e amiguinhos, mas chega em casa com fome.  Ninguém termina o consumo de uma caixinha sem sentir fome. Não se sabe se é invólucro de lanche ou de brinquedo. 

Não estou fazendo nenhuma campanha contra a marca, são apenas reflexões de avô.  

(Fotos de propaganda.)