Carlos II da Espanha e Dom Pedro II |
É impressionante a miscigenação étnica nos humanos e da qual floresce uma diversidade encantadora de pessoas como os atletas e torcedores da copa de futebol de 2022. Foi-se o tempo em que haveria lugar para pregar a supremacia de uma etnia sobre as demais, como pregam nazistas, fascistas e outros extremistas.
Só existe uma raça
humana. As diferenças entre humanos ocorrem pelos costumes e ambientes que
caracterizam as etnias. Dizer “raças humanas” é muito desatualizado e brega.
Não se consegue apenas pelos genes, saber qual é a cor da pele e outras
características “raciais”.
EXEMPLO: OS
HABSBURGOS
Durante um
milênio, a Europa foi governada pela família mais influente da história e
conhecida como Casa dos Habsburgos, o que se iniciou em 1020. O primeiro
coroado foi Rodolfo I, o Rei dos Romanos e conquistador da Áustria. Chegou-se a
usar a frase: “À Áustria cabe reinar sobre todo o universo!”
A fórmula de poder
desta família não era a guerra, como faziam os demais clãs imperiais. O seu
lema de conquista das coroas era: “Que os outros guerreiem, enquanto tu, oh
feliz Áustria, concluis os casamentos”. Quase todos os reis, príncipes e
princesas europeias tinham ramificações dos Habsburgos. Os casamentos eram
arranjados entre primos, tios e outros parentes. Hoje sabemos que casamentos
entre familiares trazem sérios problemas genéticos com malformações e defeitos
nos que sobrevivem. O poder e a riqueza dos Habsburgos, se contrastavam com a
beleza física.
A busca da pureza
racial entre parentes, impede os mecanismos de evolução da espécie que fica
sujeita à manifestação de genes defeituosos de desenvolvimento físico e
psíquico. Os Habsburgos tinham nariz caído, prognatismo mandibular e lábios
inferiores maiores, entre outras características disformes. Um exemplo clássico
foi Carlos II, rei da Espanha. Falou aos 4 anos, caminhou a partir dos 8 anos,
tinha epilepsia e era infértil. Sua morte aos 38 anos em 1700, deixou os
Habsburgos sem herdeiros na Espanha, iniciando-se uma nova dinastia.
A austríaca
Leopoldina, em 1817, casou-se com o imperador Pedro I, estendendo a influência
dos Habsburgos na família imperial brasileira. Apesar de não ter as
características faciais dos Habsburgos, morreu aos 29 anos com problemas
psiquiátricos. O típico prognatismo mandibular e o roliço lábio inferior se
manifestaram em seu filho Pedro II, que disfarçava usando uma farta barba.
SUPREMACIA E
BILIONÁRIOS
Os que procuram a
supremacia racial são infelizes na vida. A diversidade só faz bem à espécie
humana. A supremacia de raça ou etnia é uma das maiores falácias e maldades que
já inventaram para alguns humanos explorar os demais, como já fizeram com
negros e índios.
Alguns
bilionários, do tipo Elon Musk e Malcolm Collins, formaram um grupo secreto
chamado de “movimento pró-natalista” que se estimulam a ter mais que 10 filhos
e ainda financiam empresas de bioengenharia a melhorar os embriões. O objetivo
é criar uma linhagem humana superior, eliminando defeitos genéticos e
priorizando embriões com genes que sejam traços de maior desempenho mental.
Os supremacistas
não aprenderam com o projeto genoma. O
que somos, não depende dos genes exclusivamente. Metade do que somos vem da
genética e a outra metade, advém da interação dos genes com o meio ambiente e
isto se chama epigenética.
REFLEXÃO FINAL
A interação com o ambiente é o que determina as características de humanos plenos e felizes. A genética não traz a felicidade embutida nas informações que recebemos de nossos pais, via cromossomos. Os pais podem fazer filhos felizes, mas induzindo-os a compreender o mundo e treinando-os na capacidade de interagir com tudo que nos cerca. Saibamos: A felicidade não é genética, ela é epigenética!
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
Nenhum comentário:
Postar um comentário