Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Nesta semana do meio ambiente, falaram tanta coisa, mas ouvi
pouco sobre a casa, o lugar onde se mora.
Para quem tem uma casa, sua, financiada ou alugada, enfim, um
canto onde possa descansar, cuidar desse lugar onde se coloca a cabeça no
travesseiro é fundamental.
Há muita gente exigindo cuidados com o meio ambiente, mas não
cuida de seu pedaço.
- Mexam em tudo, mas que o visitante sanitário não venha fazer
vistoria no meu quintal!
Converse, caro leitor, com as pessoas que trabalham nas
vistorias das casas de sua cidade, agentes da saúde. Cada relatório resume
muita ignorância. Chega-se à conclusão niilista de que o mundo não tem
conserto. Quintais imundos, fundos horríveis.
Boa vizinhança é também meio ambiente. Há muita coisa que se faz
no seu quadrado, mas que prejudica o quadrado alheio. A propriedade privada não
é absoluta. Som que incomoda, ratos e baratas que passeiam em todo quarteirão,
passando pelos quintais. Você cuida da limpeza de seu pedaço, mas o quintal do
outro é um chiqueiro.
Você deve ter percebido, caro leitor, que este cronista mora em
casa térrea, mas isso não me impede de dizer que a cidade é um grande
condomínio, onde as vidas, coletiva e individual, andam de mãos dadas. Em cada
quarteirão, mora um porcalhão, presença obrigatória.
As pombas invasoras (europeias), causadoras de doenças, não me
refiro às rolinhas e juritis, as nossas pombas nativas.
E há gente que ao alimentar tais pombas (trazidas de outros
continentes) na praça pública estão fazendo uma “grande” ação em favor da
natureza.
E, na mesma esteira, vêm os gateiros. Na minha vizinhança morreu
uma dessas criaturas caridosas. E agora com quem fica o legado, a gataria. Na
hora da comida, os bichinhos ficam à espera na calçada, não sabem que seu
protetor morreu.
Viver e deixar o outro viver, mesmo que o outro seja um bicho.
Concordo, mas não radicalize, caro leitor, porque daqui a pouco teremos pulgas
de estimação, nem vão varrer mais os quartos, em nome da proteção dos
insetos.
Como cronista, exagerei nos exemplos, mas não foi tanto... Ao
ler este texto deve ter identificado alguns de seus amigos, vizinhos, ou até um
professor.
3 comentários:
Não exagerou. Alugo casas. É preciso constar em contrato a retirada de lixo do quintal. Mesmo assim há graves problemas.
Imagine o meio ambiente das favelas...
Concordo,moro em uma cidade pequena no interior de Minas,sei como é, existem pessoas sem o mínimo hábito de higiene tive casa alugada qdo inquilinos mudaram deixaram minha casa imunda me deu muito trabalho.
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