AGENDA CULTURAL

7.6.23

Casa e meio ambiente

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Nesta semana do meio ambiente, falaram tanta coisa, mas ouvi pouco sobre a casa, o lugar onde se mora. 

Para quem tem uma casa, sua, financiada ou alugada, enfim, um canto onde possa descansar, cuidar desse lugar onde se coloca a cabeça no travesseiro é fundamental.

Há muita gente exigindo cuidados com o meio ambiente, mas não cuida de seu pedaço. 

- Mexam em tudo, mas que o visitante sanitário não venha fazer vistoria no meu quintal!

Converse, caro leitor, com as pessoas que trabalham nas vistorias das casas de sua cidade, agentes da saúde. Cada relatório resume muita ignorância. Chega-se à conclusão niilista de que o mundo não tem conserto. Quintais imundos, fundos horríveis.    

Boa vizinhança é também meio ambiente. Há muita coisa que se faz no seu quadrado, mas que prejudica o quadrado alheio. A propriedade privada não é absoluta. Som que incomoda, ratos e baratas que passeiam em todo quarteirão, passando pelos quintais. Você cuida da limpeza de seu pedaço, mas o quintal do outro é um chiqueiro.  

Você deve ter percebido, caro leitor, que este cronista mora em casa térrea, mas isso não me impede de dizer que a cidade é um grande condomínio, onde as vidas, coletiva e individual, andam de mãos dadas. Em cada quarteirão, mora um porcalhão, presença obrigatória.

As pombas invasoras (europeias), causadoras de doenças, não me refiro às rolinhas e juritis, as nossas pombas nativas. 

E há gente que ao alimentar tais pombas (trazidas de outros continentes) na praça pública estão fazendo uma “grande” ação em favor da natureza. 

E, na mesma esteira, vêm os gateiros. Na minha vizinhança morreu uma dessas criaturas caridosas. E agora com quem fica o legado, a gataria. Na hora da comida, os bichinhos ficam à espera na calçada, não sabem que seu protetor morreu. 

Viver e deixar o outro viver, mesmo que o outro seja um bicho. Concordo, mas não radicalize, caro leitor, porque daqui a pouco teremos pulgas de estimação, nem vão varrer mais os quartos, em nome da proteção dos insetos.    

Como cronista, exagerei nos exemplos, mas não foi tanto... Ao ler este texto deve ter identificado alguns de seus amigos, vizinhos, ou até um professor.


3 comentários:

Anônimo disse...

Não exagerou. Alugo casas. É preciso constar em contrato a retirada de lixo do quintal. Mesmo assim há graves problemas.

Ventura Picasso disse...

Imagine o meio ambiente das favelas...

Anônimo disse...

Concordo,moro em uma cidade pequena no interior de Minas,sei como é, existem pessoas sem o mínimo hábito de higiene tive casa alugada qdo inquilinos mudaram deixaram minha casa imunda me deu muito trabalho.