http://www.siran.com.brHélio Consolaro
Há quem diga cada coisa de Araçatuba! Gente maldosa que cospe no prato em que comeu (e ainda come).
Tais pessoinhas falam cada coisa, veja só, caro leitor, a injustiça: 1) o povo daqui tem mentalidade bovina; 2) o espaço de uma mulher araçatubense fica na cabeça de um boi, no vão dos dois chifres; 3) médico pecuarista (nos bons tempos da profissão) já receitou arame farpado e grampo de cerca a pacientes; 4) em cada mansão há um boi de botas. E outras...
Esse tempo da robustez na pecuária já foi. Hoje, até o presidente do SIRAN, Alfredo Ferreira Neves Filho, de tão franzino é chamado de Alfredinho. Quem engrossou por aqui foi a cana-de-açúcar que mudou de nome: cana-de-álcool.
Uma praga antiga, segundo alguns, que nascia forte no meio do canavial era o PT (Partido dos Trabalhadores). Cresceu tanto que anda fazendo sombra... Na abertura da 50ª Expô (2009), só davam petistas e pecuaristas. E o presidente Lula, em nível internacional, é o garoto propaganda do metanol.
Sou araçatubense de nascimento e coração, tenho críticas a alguns setores de Araçatuba, mas generalizar é injustiça. Xô! Baixo astral! Fora, corcunda! Todo corcunda é pessimista, o mundo para ele é uma desgraça. Ninguém presta!
Se a vocação de Araçatuba é bovina, tiremos partido disso. O município não pode ficar sem identidade econômica. Fabriquemos berrantes, escrevamos sobre a vaca, ensaquemos berro e vendamo-lo caro! Façamos força da fraqueza. Por isso, sou partidário de que o setor cultural da cidade esteja presente nele.
Em 2004, fui um freqüentador assíduo da Expô por causa do Barracão Cultural, chegava a me sentir um expositor. Foi uma iniciativa do Fórum Cultural, sob a direção da Academia Araçatubense de Letras. Em 2009, a iniciativa voltou, sendo este croniqueiro secretário da Cultura de Araçatuba. Tenho até um selo “criador” no meu Corsa para estacionamento. Criador de textos, claro.
Além do Barracão Cultural, sob a coordenação da ALMA - Associação Livre dos Músicos de Araçatuba – temos a Feira do Artesanato, sob a direção da Associação dos Artesãos de Araçatuba. A cultura conquista espaço: 400 metros quadrados.
A Expô é nossa praia. Agora é época de temporada, todos descem para lá. Ela é nosso Oscar. É uma época legal do ano, porque rapaz pobre se fantasia de fazendeiro: fivela grande no cinto, botas nos pés, chapelão na cabeça. Pisa numa merda de vaca para contrair aquele cheirinho peculiar. E a moça da periferia fica com pinta de amazona.
Quem sabe ele arruma uma fazendeira; e ela, um fazendeiro. Quando se encontram, jogam o maior charme, cada um fazendo seu papel. De repente, descobrem que os dois moram no mesmo bairro. Tudo bem! E aí, já é julho do próximo ano.
3 comentários:
Adoraria mesmo conhecer a sua Araçatuba. E é isso aí, tirar o proveito daquilo que se é (parecer) fraco, fazer valer a cultura em todos os níveis, andar de mãos dadas com a "boiada" (rsrs). Coisa linda deve ser esse encontro de feras! Torcendo daqui com os pompons e pulando. Tá vendo só? Tenho até coreografia pronta! Beijos na pele.
Belo texto! Saudade de quando morava em Araçatuba e chegava a época da Expô, há 9 anos acompanho via internet ou uma visita à casa dos pais acompanhado de um ou dois míseros dias em shows no recinto...Tenho orgulho de ser araçatubense e graças ao maravilhoso Deus estou voltando, provavelmente nos próximos meses. Não tenho nada contra a cidade de Andradina onde resido, aliás, recebeu-me muito bem e só há elogios, povo melhor está para nascer, mas o bom filho à casa retorna...ou mais ou menos isso.Parabéns pelo blog Hélio.
PAI, QUER DIZER, CONSOLARO, PERDOAI-OS, ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM...MELHOR, O QUE DIZEM.
BEM, ESTA COISA QUE EM CADA MANSÃO TEM UM BOI...VICHI, TA MAIS POPULAR, FESSO.
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