AGENDA CULTURAL

6.8.11

É o fim? Saiba reconhecer quando um relacionamento está à beira do fim


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É inútil fingir
Não quero enganar
É preciso dizer adeus
É melhor esquecer
Sei que devo partir
Só me resta dizer adeus
(É Preciso Dizer Adeus – Tom Jobim)

Realmente, como bem disse o grande mestre e pai da bossa nova, é inútil fingir. O fim de um relacionamento dói e às vezes até nos fazemos de cegos, fingindo que o amor é o mesmo, que ainda há vontade de ficar próximo, de saber como foi o dia. Os sinais de que o relacionamento acabou estão sempre por lá mas cuidado, pois nem sempre as brigas e as crises são sinais do fim. Cabe a nós mesmos saber como identificá-los.

Pessoas maduras têm, naturalmente, independentemente do tempo de relacionamento, maior dificuldade de por fim a um relacionamento. O instrutor e membro da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL) Alexandre Bortoletto diz que “existe um desgaste natural do tempo e dos interesses em grandes relacionamentos. O que mantém o casal não é o tempo, mas a cumplicidade e os objetivos de estarem juntos. O oposto do amor não é o ódio, mas o desinteresse. Se não há mais interesse de alguma das partes de estar perto e com o parceiro, esse é um sinal de que amor está se esfarelando. Culpa, dogmas religiosos (“não pode divorciar”, conceitos que vêm dos pais), o medo de ficar sozinho, de achar que perde mais do que ganha e o medo da solidão são os fatores mais comuns que impedem pessoas maduras de por um ponto final na relação. Apenas o interesse, a preocupação, o ‘fazer algum sentido’ são as chaves que seguram qualquer relacionamento”.

É importante, portanto, saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira. “Na Neurolinguística, acreditamos que uma crise é um ótimo momento pra mudar alguma coisa. Veladamente, assumimos um contrato quando casamos. Além do de papel, há o contrato moral, emocional. Este, no entanto, muda toda vez que aparecem as crises. Todo revés e toda crise são oportunidades de rever o contrato. Alguma coisa na relação não está fazendo bem para ambas as partes. Quando o problema é resolvido, o casal volta melhor até do que estava antes. As crises são importantes, pois forçam a mudar o que está estabilizado para melhor. O indicador do fim não é a briga, mas a falta de interesse, de desejos em todos os níveis”, avalia Alexandre.

Os tempos mudaram e os métodos contraceptivos, as melhores condições financeiras e de saúde fizeram com que a maturidade atual entrasse com mais frequência em  novos relacionamentos.Segundo o professor associado do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da UFF Gilberto Ottoni de Brito, “as relações de curto prazo são importantes para avaliar se vale ou não a pena transformá-las em relacionamentos de maior profundidade. E a avaliação é diferente entre os sexos. O feminino prioriza aspectos relativos à proteção afetiva e de recursos para a formação de uma família enquanto que o masculino prioriza inicialmente  aspectos que indiquem a exuberância biológica da mulher. Por isso, o indicador de desejo nos relacionamentos curtos é excelente para sinalizar que a avaliação não foi favorável à sua continuidade”.

Mesmo com essas novas possibilidades, no entanto, pessoas com mais de 50 anos, em geral, têm mais chance de estarem em um relacionamento de longo prazo e, nesses casos, os sinais são menos claros. “Apesar de todas as dificuldades em iniciar e manter um relacionamento, o afeto e a satisfação sexual são extremamente importantes para uma vida plena. Por isso, é necessário investir na manutenção da relação das formas que cada casal descobre no seu relacionamento com criatividade e também muita tolerância para os defeitos que todos nós temos. Afinal, ninguém é perfeito neste mundo. As crises, quando acontecem, devem sinalizar a necessidade de resolvê-las e não de terminá-las!”, finaliza Gilberto.



2 comentários:

jhamiltonbrito.blogspot.com disse...

O casamento é um contrato que se faz veladamente? Uai, o Aurélio então tá errado. Cacete, no meu tinha umas trezentas testemunhas só no civil. As pessoas transferem para as religiões a falta de coragem de se separarem. Mas as religiões não impedem que pulem a cerca, que joguem no bicho, que maltratem o parceiro, que matem passarinho, façam xixi no cruzeiro e que torçam para o Palmeiras. Ara!

Anônimo disse...

O casamento:
1 A crise da adaptação.
2 A da chegada dos filhos
3 dos filhos na adolescencia
4 dos filhos saindo de casa Ninho vazio. e assim vai, crise dos 7 anos, dos 15, dos 20 dos trinta,e chego a seguinte conclusão: "casamento foi inventado para proporcionar crises, para movimentar a vida, e, provando também que uma andorinha não faz o verão sozinha.
e vamos aí hoje um casa, amanhã outro descasa uns vivem para o resto da vida. Uns quando o ninho fica vazio, se entregam e saem desta para melhor. É meu garoto o casamento é a terra com seus dois movimentos: translação e rotação, e viva a vida!Marianice