Hélio
Consolaro*
Artigo publicado na revista Plural, da Academia Araçatubense de Letras, n.º 14, novembro de 2012, nas comemorações de seus 20 anos.
A presença
de uma academia de letras na cidade significa que a literatura é vista com esmero.
O surgimento do Grupo Experimental dentro da AAL também significou a vontade de incluir todos os
escritores, cuidar também da formação de quem tem o pendor para as letras.
Outra
novidade foi a criação do núcleo regional da União Brasileira de Letras, que é
uma espécie de ligação de nossa literatura local com a regional e a brasileira. Uma oportunidade dos escritores de cada cidade da região participar de reuniões
em Araçatuba e uma forma de nossos escritores interioranos se ligarem aos escritores mais renomados, talvez até ingressar na alta literatura.
Nisso
tudo, veio a Secretaria Municipal de
Cultura na administração Cido Sério, tendo à frente um acadêmico da AAL: a
literatura se igualou às outras artes,
não ficou abandonada à própria sorte.
Essa valorização cresceu a cada ano do mandato.
Selo do Fundo Municipal de Apoio à Cultura de Araçatuba |
O Concurso
de Contos Cidade de Araçatuba, em sua 25.ª edição, deixou de ser nacional
para ter como abrangência o
mundo lusófono do planeta, tendo um caráter internacional. Faltam duas coisas
para que o certame fique melhor: aumentar os prêmios e custear os vencedores forâneos para que participem da Jornada de Literatura em
Araçatuba, que está em sua 4.ª
edição.
Nesta
administração municipal, criou-se a
Jornada de Literatura: 2009, 2010, 2011
e 2012. Neste último ano,
escritores, locais e convidados, visitaram 25 escolas e tiveram o contato
com mais de 6 mil alunos dos
ensinos fundamental e médio. Havendo
espetáculos teatrais e performances literárias.
Mais de 600
alunos assistiram à encenação do livro “Vidas Secas”, de Vidas Secas, nos teatros
municipais Paulo Alcides Jorge e Castro Alves. O Sesc financiou a vinda
do contista Fernando Bonassi.
O escritor infantojuvenil Gabriel Araújo dos Santos, Campinas, visitou e teve atividades com
quatro escolas municipais. Tudo isso
pôde acontecer sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura,
com parceria da AAL, da UBE, do Sesc,
da Secretaria Municipal de Educação e da Diretoria Regional de Ensino.
Em 2012,
implantou-se a lei que criou o Fundo Municipal de Apoio à Cultura de Araçatuba
– Araçacult – que financia projetos culturais a artistas e entidades culturais.
Neste ano, já houve a publicação de três livros com verbas do fundo, R$ 5 mil
para cada um. Isso é um avanço significativo para o desenvolvimento da
literatura local.
Recentemente,
também sob a égide da Secretaria Municipal
de Cultura, o Ministério da Cultura e da Fundação da Biblioteca Nacional
ocorreu a feira do livro “Caminhos da Leitura” entre 1.º e 04 de novembro na praça Hugo Lipe, próxima
à Biblioteca Municipal Rubens do Amaral.
Nela, houve um estande onde escritores locais e regionais tiveram a
oportunidade de expor e vender seus
livros. Com a feira do livro, a biblioteca municipal renovou o seu acervo com milhares de livros. A Prefeitura de Araçatuba gastou R$ 110 mil
nessa ação como contrapartida ao evento.
Há apenas um
aspecto negativo a lamentar nas letras de Araçatuba: o fechamento do curso de letras da UniToledo. Uma perda
irreparável, pois foi lá que o professor Célio Pinheiro acalentou o sonho e
formou a Academia Araçatubense de Letras. Hoje, dentre nós, há muitos mestres e
doutores em letras que se viram privados de dividir o seu saber com a juventude
local e regional.
Tudo isso
aconteceu porque o plano de governo do prefeito
Cido Sério apresenta uma política cultural e também porque nomeou como
secretário de Cultura um de seus companheiros de partido, mas que é militante da cidadania cultural,
acadêmico da Academia Araçatubense de
Letras. O compromisso com a cultura do atual governo municipal ficou evidente.
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista, escritor, acadêmico da AAL, sócio da UBE, mentor do Grupo
Experimental. Atualmente é secretário municipal de Cultura de Araçatuba.
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