AGENDA CULTURAL

23.2.13

A biologia da personalidade

Gosto não se discute, cada um tem o seu

Gostos, preferências e tudo aquilo que nos torna únicos não são características plasmadas apenas pelo meio ambiente onde crescemos. Elas também possuem origens biológicas. São os resultados de um recente estudo norte-americano

Revista digital Oásis

Cada um de nós gosta de comidas diferentes, nossos comportamentos mudam de pessoa a pessoa, cada um prefere uma cor, um perfume, um gênero musical diverso em relação às outras pessoas. Conclusão: cada um de nós é um indivíduo único, caracterizado por um mix absolutamente único e dificilmente repetível de gostos, preferências e comportamentos. Do que depende esse mix pessoal? Apenas da educação recebida e do ambiente no qual a pessoa cresceu? Dependerá também de fatores biológicos? O médico e biólogo molecular Hesheng Liu e sua equipe, do Massachusetts General Hospital, com a colaboração de 23 voluntários, tentaram dar uma resposta a essa questão mapeando as regiões do cérebro nas quais podemos localizar essas diferenças. A pesquisa durou cinco meses, durante os quais os cérebros das 23 cobaias humanas foram submetidos a cinco ressonâncias magnéticas funcionais em estado de repouso. Este é um exame que evidencia as variações do fluxo sanguíneo nas diversas regiões cerebrais. Costuma ser realizado quando o paciente não está executando nenhuma tarefa específica. O teste permite descobrir as correlações que interconectam as várias áreas do cérebro.  Diga como você elabora e lhe direi quem você é.
A análise dos resultados permitiu a Liu e a sua equipe observar como as regiões de maior variabilidade de conexões cerebrais fossem as do córtex heteromodal associativo, responsável pelas funções de controle e da atenção. As áreas mais similares para todos os participantes do teste foram, diferentemente, as do córtex unimodal e as do córtex motor, nas quais se centralizam as funções sensoriais e as funções que regulam e controlam os movimentos. 
 Parece, portanto, que o aspecto cognitivo seja comum a todos os indivíduos. O que muda em cada um de nós é o modo de integrar e elaborar as informações adquiridas. O estudo revelou uma grande variabilidade nas regiões cerebrais que mais aumentaram de volume durante a evolução. O próximo objetivo dessa equipe de pesquisadores será exatamente compreender os mecanismos que conduziram o nosso cérebro ao seu atual estado de desenvolvimento.
 

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