AGENDA CULTURAL

19.8.15

Duas adolescentes colocam supercola na cadeira da professora


Professora de matemática de 41 anos disse que está abalada e que não contou para os familiares
DA REDAÇÃO, GUILHERME RENAN - ARAÇATUBA - Jornal O LIBERAL, 19/08/2015

Duas alunas de 12 anos colocaram super cola em cadeira da professora, que teve calça rasgada



















Uma professora de matemática de 41 anos, funcionária do Estado, registrou um boletim de ocorrência, no final da tarde de segunda-feira (17), porque duas alunas de 12 anos colocaram uma super cola em sua cadeira. A calça da professora chegou a rasgar e ela sofreu leve queimadura devido à ação dos componentes químicos da cola.
Os policiais militares foram à escola depois que receberam denúncia da ação das alunas. A professora relatou que estava sentada e sentiu tipo de queimadura e ao tentar levantar-se, percebeu que estava presa. Ela levantou-se, mas rasgou a calça.
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COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO
Na década de 70, quando eu lecionava na Escola Estadual Genésio de Assis - Araçatuba - me aconteceu coisa parecida. Algum engraçadinho pôs duas alfinetes de cabeça, apoiadas em chiclete de ponta para cima, esperavam a minha "poupança".

Como não me sento sem ver antes ver como está o local, percebi a arapuca. Peguei as alfinetes e disse para a classe: 

- Imbecil, sou mais esperto do que você. Prepare outra. 

E fiz a chamada. 

Conto isso para mostrar que adolescentes são todos iguais, no tempo e no espaço. A diferença é que, nos tempos idos, a peraltice não ia parar em jornal, rádio, televisão, nem conselho tutelar. A imprensa tinha coisa mais importante para noticiar.

Uma pergunta: se tudo tivesse acontecido em escola particular, o assunto teria ido à delegacia e virado notícia na imprensa? Às vezes, a administração pública dá um tiro no próprio pé, pois não cuida da imagem dos serviços públicos. Um problema do cotidiano escolar ganhou contornos policiais.
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PROFESSORA



Em conversa com a reportagem, a professora disse que está muito abalada pelo acontecido e principalmente pela falta de educação com o ser humano primeiramente e depois como professora. "Estou na profissão há 15 anos e esta foi a primeira vez que passei por uma humilhação deste tamanho. Para falar a verdade, estou tão indignada que não tive coragem de contar este episódio para meus familiares. Estou envergonhada. Eu, bem como meus colegas de trabalho, pedimos primeiramente respeito como pessoa e depois como educadores", disse.



A professora afirmou que deve passar por exame pericial na manha de hoje (19), e que já solicitou na delegacia os papéis para as medidas cabíveis. Ainda segundo, ela que esta trabalhando normalmente, na segunda-feira (17) as alunas estavam suspensas das aulas e na tarde de terça-feira (18) já assistiram a aula normalmente.
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O que pensava Sócrates a respeito do adolescente (COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO)

“Nossos adolescentes atuais parecem amar o luxo. Têm maus modos e desprezam a autoridade. São irrespeitosos com os adultos e passam o tempo vagando nas praças, mexericando entre eles.... São inclinados a contradizer seus pais, monopolizam a conversa quando estão em companhia de outras pessoas mais velhas; comem com voracidade e tiranizam os seus mestres.”

Isso foi dito a 2.500 anos antes de Cristo.


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A professora ainda ressaltou que lecionou a mesma matéria para as duas alunas no ano passado e se comportavam bem. Mas este ano tiveram várias mudanças, inclusive várias ocorrências internas.


ESCOLA



Em nota a Secretária de Educação informou que a direção da escola acionou os responsáveis pelas alunas para que eles contribuam nas questões disciplinares das estudantes e evitem que a situação volte a ocorrer. As alunas foram suspensas com base no regimento escolar e o professor mediador da escola, profissional capacitado com técnicas de justiça restaurativa e mediação de conflitos, irá reforçar as ações preventivas com as estudantes envolvidas. A professora, que registrou a ocorrência, também é acompanhada pela equipe gestora.

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