AGENDA CULTURAL

11.1.16

Prefeitura de Araçatuba minimiza problema da Lagoa das Flores

No primeiro plano, Sandro Cubas, secretário municipal de Obras
Há mais de três anos nenhum morador das imediações perdeu bens com enchentes

ANTÔNIO CRISPIM - Araçatuba - Jornal O LIBERAL

Sandro Cubas explica o sistema de escoamento pelas 'bocas de leão"
 Há décadas a Lagoa das Flores representava o transtorno para moradores vizinhos. Qualquer chuva implicava no transbordamento e inundação de dezenas de casas. O problema foi consequência de ações inadequadas ao longo do tempo. A ação do homem interferiu diretamente em toda a bacia, chegando até mesmo a mudar o curso natural da água. Além disso, houve ocupação irregular, com construções de áreas alagadiças. Todo este conjunto de ações resultou na série de problemas vividos. Depois de muitos anos de sofrimento, algumas ações simples e de custo reduzido minimizaram os riscos de enchentes. O idealizador destas intervenções, secretário de Obras de Araçatuba, Sandro Cubas, comemora o fato de que há três anos ninguém teve prejuízo no local, ao contrário de anos anteriores.

O secretário acompanhou a reportagem em visita à lagoa para explicar como atenuou o problema. A última grande enchente por lá foi em janeiro de 2009. "A cada chuva eu vinha para cá para analisar o fenômeno de enchimento tão rápido. Por várias vezes percorri toda a área sob intensa chuva. Foi assim que percebi os erros do passado e defini o que deveria ser feito para, pelo menos, reduzir", disse o engenheiro, lembrando que falava-se em milhões de investimentos para resolver o problema, com grandes obras estruturais. Sem dinheiro, ele estima que gastou menos de R$ 100 mil em todas as intervenções. "O amor por Araçatuba , a vontade de resolver o problema das pessoas e o respeito ao dinheiro público foram fundamentais", diz Cubas, citando que o prefeito Cido Sério aprovou as suas iniciativas.

No passado aterraram a lagoa do Safiotti (na área da Polícia Mirim). A água de vários bairros passava pela Lagoa das Flores, Lagoa do Safiotti e chegava ao Córrego Machado de Mello. Aterraram a Lagoa do Safiotti, construíram em área de brejo e canalizaram o Machado de Mello. A vazão da Lagoa das Flores passou por conjunto de galerias e chega e chega ao outro lado da cidade.
Sandro Cubas, secretário municipal de Obras
Segundo Sandro Cubas, na lagoa seca, que é uma área de retenção de água, foi feito um aterro. Mas toda água de bairros como Sereno, Planalto, Palmeiras, Monte Carlo e etc, era destinada à Lagoa das Flores. Quando a lagoa de contenção enchia, rompia-se o aterro e a água com lama ia para a Lagoa das Flores. O assoreamento reduzia a capacidade de armazenar e logo havia o transbordamento, com inundação de casas.

"Depois de análise no local e estudos, entendi que era necessário adotar várias medidas para minimizar o problema. Percebi que era preciso aumentar a capacidade de armazenamento da lagoa e reduzir o volume de água que chegava", explicou Cubas. Para aumentar a capacidade da lagoa, foi feito o desassoreamento com máquinas contratadas (custo mais elevado de todo conjunto de obras) e ampliadas as dimensões da lagoa. Só isso praticamente triplicou a capacidade de armazenamento. Porém, todo material retirado, para gastar menos com transporte de caminhões, foi levado para a lagoa seca, elevado o aterro e também aumento a sua capacidade de armazenamento. Outra medida estrutural foi a construção de um sarjetão na esquina das Ruas Pedro Janser e Monte Carlo. Parte da água pluvial (70%) que descia, a invés de ir para a Lagoa das Flores, passou a ser levada para a lagoa seca.

"Ampliamos a capacidade de armazenamento e reduzimos o volume de água que chegava. Uma bomba já estava instalada no local. Em nível um pouco superior, há dois ramais da galeria. Percebemos que quando chovia, rapidamente, por ser subdimensionada, a galeria enchia e a água passava a voltar para a Lagoa das Flores. Construímos comportas nos dois ramais. Quando chove, as comportar ficam fechadas, impedindo que a água volte da galeria para a lagoa. Construímos também bocas de leão. No caso de transbordamento da galeria, a água chega à rua, mas pouco vai para a lagoa. Passada a chuva e com o esvaziamento da galeria, abrimos as comportas e a água da lagoa, por declividade, vai para a galeria. Quando o nível fica abaixo das comportas, acionamos a bomba, que esvazia ainda mais a lagoa, que em poucas horas está vazia e pronta para receber novo volume de água", explica Sandro.
No dia 31 de dezembro choveu 80 milímetros em 40 minutos. Foi uma chuva histórica e só houve transbordamento porque o sistema de comporta não suportou o volume de água e rompeu-se. Porém, mesmo assim, a água chegou apenas nos quintais.


"Jamais falei que o problema está completamente resolvido. Mas com certeza, conseguimos reduzir muito o risco de inundações", falou Sandro Cubas

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