AGENDA CULTURAL

28.11.17

Enchentes urbanas não são fatalidades, prefeito precisa cuidar mais da parte física da cidade

Chuva forte deixou ruas e avenida de Birigui-SP alagadas; rios e córregos transbordaram (Foto TV TEM)
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Hélio Consolaro* 

As enchentes urbanas são manchetes porque ela destrói a cidade e mata gente. Toda tragédia assanha a mídia, agita redações de jornais, com registros dos celulares. Quase sempre o fato é tratado como fatalidade, perversidade da natureza, quando se trata de incompetência. 

Os prefeitos das cidades atingidas afirmam nas entrevistas que estão fazendo tudo para socorrer as vítimas, mas fizeram muito pouco para que as enchentes não acontecessem. Birigui parece a bola da vez no quesito tragédia, a Prefeitura não anda cuidando bem das águas pluviais.

Araçatuba já foi mais castigada pelas enchentes. Atualmente, ainda há algumas bacias localizadas, mas aquela desgraceira geral diminui bem. Se o povo está rezando mais, ótimo, mas na verdade foi feito um trabalho de prevenção na administração passada: Lagoa das Flores, Córrego Alvoradinha, Lago Azul, Rua Santo André, Umuarama. Se não foi completa, mas está surtindo efeito. Há obras bem iniciadas.

O prefeito Dilador Borges continua limpando as bocas-de-lobo, retirando as areias acumuladas nas galerias, evitando assim que elas fiquem obstruídas no momento do fluxo das águas pluviais. Ações simples que evitam enchentes. Esse trabalho, antes e durante a estação chuvosa, é mais humanitária do que a ação tapa-buraco do asfalto. 

A população pode ajudar muito a evitar enchentes, não jogando lixo na rua e nem varrendo sujeira para dentro das bocas-de-lobo. Já houve época em Araçatuba que a Prefeitura encontrava sofás e colchões nos córregos. 

O povo de Birigui deve continuar rezando para que não haja nova enchente, mas a Prefeitura precisa fazer a parte dela. Às vezes, os problemas são herdados de outras administrações, mas quem recebe a cobrança da cidadania é o atual ocupante do cargo.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.

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