Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Quando havia pensado que todos os loucos tinham chegado à presidência da República com Jânio Quadros e Fernando Collor, eis que surge Jair Bolsonaro. O sujeito se acha maior que o mundo.
Há momentos de calmaria em seu governo, mas quando vai aos Estados Unidos, o homem vira um monstro. Talvez seja um sujeito maria vai com as outras, os que estão mais perto influenciam o seu comportamento ou então é bipolar. Todos nós somos portadores de certa bipolaridade, mas o nível de Bolsonaro é exagerado.
Não vou discutir aqui se ele é honesto ou não, se de direita ou esquerda, porque a gente emocionalmente instável existe de montão também na esquerda. Vou falar do jeitão dele.
Parece que Bolsonaro e a família têm raiva de professor, é contra a arte e a cultura, porque têm trauma de escola. Os Bolsonaros falam e escrevem mal. Basta acompanhar os escritos dos filhos nas redes sociais.
A italianidade dele está à flor da pele, não aguenta desaforo, mas se alguém enfrenta-o, sai correndo como um cão medroso. Daí o diz e desdiz.
Fala tanto em armas, com certeza, nunca atirou em ninguém. Um falastrão da falsa valentia. Ele se acha o certo e não admite as verdades alheias. Dialogar, conversar, fazer acordos é conceder, conchavar. Conclusão: não sabe navegar pelas águas do comportamento democrático.
O seu lema: amigo é amigo, filho da puta é filho da puta, não há aliados. Não sabe governar com diferentes, nem que sejam gente que ajudaram a elegê-lo. E pior: pessoas assim arrebatam seguidores com facilidade numa campanha eleitoral. Na hora de governar, com a vitória, se dão mal.
Conheço um amigo que se apegou tanto às suas verdades, discordou tanto e de tudo que hoje não tem mais amizade nem com parentes. Bolsonaro pode ficar sem governados.
Vou mandar a Brasília ao italiano desaforado livros do escritor brasileiro Machado de Assis que diz ser a hipocrisia menos dolorida que a autenticidade. Na verdade, é impossível conviver socialmente sem dissimulação.
Este cronista estava predisposto a suportar o sucesso dele na governança. "Que venha Bolsonaro, já que sou Consolaro!" Mas está difícil. Desse jeito, o seu governo nem precisa de oposição, porque há um inimigo enorme morando dentro dele mesmo. Se explique, sujeito! Mourão vem aí!
Um comentário:
Esse "presidente" carrega o perfil nazi-facista de Hitler mas com uma pitada do humor pastelão do Bozo, daí seu nome carinhoso Bozonaro! Minha bandeira é vermelha!
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