Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
LEIA NO FINAL DESTA CRÔNICA, UMA OUTRA, DA ESCRITORA MAYA FALKS: DESCULPE, BRIGITTE
A artista multimídia Fernanda Young quando escreveu a sua última crônica "Bando de cafonas", concluiu dizendo: "Porque só o bom gosto pode salvar este país".
É bom dizer que cafonice não é sinônimo de pobreza material, há muitos ricaços cafonas. Tenho um amigo que quanto mais enriquece, mais joias (ou bugigangas) são dependuradas nos braços e no pescoço.
A cafonice tem mais proximidade com a pobreza espiritual, com aquela expressão "pobre de espírito". A cafonice brasileira anda rebaixando a linguagem política até no primeiro mundo. Presidentes de Repúblicas andam se xingando:
- Sua mãe não é mais virgem!
Fernando Young, escrevendo nas entrelinhas que a cafonice havia assumido o poder no Brasil, morreu no dia seguinte. Não suportou tal constatação.
Dois presidentes, Macron e Bolsonaro, ambos do campo da direita política, entraram numa discussão cujo tema era a mulher de cada um:
- A minha mulher é mais gostosa!
- A minha é mais inteligente!
O fogo da Amazônia esquentou os dois presidentes, por isso armaram um verdadeiro barraco. Como se suas mulheres fossem objetos de propriedade de cada um. É a modernidade líquida.
Quase que Bolsonaro vai a Paris chamar Macron para decidir o problema numa queda de braço, que na minha meninice era chamado "jogar uma francesa". Ou então, o Macron virá ao Brasil comer um delicioso pão francês (envenenado, talvez).
Assim, a breguice anda tomando conta da política mundial nas democracias. Começou pelos Estados Unidos, mas ninguém imaginava que ia chegar à Europa. Cada país quer eleger o presidente mais bronco possível.
Não considere esta crônica, caro leitor, apenas como uma piada de mau gosto. Neste circo armado, o povo anda achando graça, mas muito riso é presságio de um choro, ranger de dentes.
O bom gosto voltará. Pena que Fernanda Young não estará mais entre nós.
LEIA NO FINAL DESTA CRÔNICA, UMA OUTRA, DA ESCRITORA MAYA FALKS: DESCULPE, BRIGITTE
A artista multimídia Fernanda Young quando escreveu a sua última crônica "Bando de cafonas", concluiu dizendo: "Porque só o bom gosto pode salvar este país".
É bom dizer que cafonice não é sinônimo de pobreza material, há muitos ricaços cafonas. Tenho um amigo que quanto mais enriquece, mais joias (ou bugigangas) são dependuradas nos braços e no pescoço.
A cafonice tem mais proximidade com a pobreza espiritual, com aquela expressão "pobre de espírito". A cafonice brasileira anda rebaixando a linguagem política até no primeiro mundo. Presidentes de Repúblicas andam se xingando:
- Sua mãe não é mais virgem!
Fernando Young, escrevendo nas entrelinhas que a cafonice havia assumido o poder no Brasil, morreu no dia seguinte. Não suportou tal constatação.
Dois presidentes, Macron e Bolsonaro, ambos do campo da direita política, entraram numa discussão cujo tema era a mulher de cada um:
- A minha mulher é mais gostosa!
- A minha é mais inteligente!
O fogo da Amazônia esquentou os dois presidentes, por isso armaram um verdadeiro barraco. Como se suas mulheres fossem objetos de propriedade de cada um. É a modernidade líquida.
Quase que Bolsonaro vai a Paris chamar Macron para decidir o problema numa queda de braço, que na minha meninice era chamado "jogar uma francesa". Ou então, o Macron virá ao Brasil comer um delicioso pão francês (envenenado, talvez).
Assim, a breguice anda tomando conta da política mundial nas democracias. Começou pelos Estados Unidos, mas ninguém imaginava que ia chegar à Europa. Cada país quer eleger o presidente mais bronco possível.
Não considere esta crônica, caro leitor, apenas como uma piada de mau gosto. Neste circo armado, o povo anda achando graça, mas muito riso é presságio de um choro, ranger de dentes.
O bom gosto voltará. Pena que Fernanda Young não estará mais entre nós.
DESCULPE, BRIGITTE
Por Escritora Maya Falks*
"Macron, quando era um adolescente, se apaixonou por uma mulher 24 anos mais velha. Ainda moleque ele disse a ela que um dia se casariam. Parecia impossível porque ele era só um adolescente e ela uma mulher adulta, casada e com dois filhos.
Ele não desistiu. Ele realmente a amava. O tempo passou, a vida foi acontecendo, Brigitte se separou, Macron se tornou um homem adulto e lutou por esse amor que ele sentia desde moleque. Venceu. Macron e Brigitte se casaram.
Brigitte é uma mulher de mais de 60 anos casada com um homem na casa dos 40 que a amava desde os 15.
Daí vem o tiozão do churrasco, com mais de 60, com cara de mais de 60, que troca com frequência de esposa, que usa dinheiro público pra "comer gente" quando está solteiro (nas palavras do próprio), cuja última esposa é uma garota mais nova que dois de seus filhos e, mesmo com todo o decoro que seu cargo exige, endossa uma piada infantil que compara sua esposa com a esposa do líder da outra nação.
O líder da outra nação se casou com a mulher que ele amava desde menino, conquistou o grande amor da sua vida, não fica trocando de esposa pra dizer na roda de cerveja que sua mulher é mais bonita e mais jovem que as filhas dos amigos.
Pra alguém que se diz "homem de família", deveria ser fácil entender que orgulho é ser visto lado a lado com seu grande amor.
Dito isso, é muito improvável que Macron, ao lado da mulher que amou a vida toda, sinta inveja do papa-anjo que "come gente" com dinheiro público no intervalo entre casamentos que ele não mantém por muito tempo."
*Maya Falks, escritora, redatora, roteirista, Caxias do Sul, RS
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