José Hamilton Brito*
Hoje, quarta feira, logo de manhã, por volta de 7 horas, um zum-zum em frente da minha casa e fui ver o motivo. A Companhia Paulista de Força e Luz fazia a troca dos postes de madeira por outros de cimento.Eles avisaram com antecedência que o fariam.
Preparei o meu todinho, meu pratinho com a banana e o mamão, instalei-me na frente da tevê para o jornal da manha e... Nada. Terminado o lanche e sem a tevê, peguei o meu Ipad e ...Nada.
Sem energia elétrica, sem internet. Começou a bater o desespero .
Recordei meus tempos sem internet. Ia aos cinemas, lia bons livros, ficava horas e horas ao ouvir Xavier Cugat, Românticos de Cuba, Frank Sinatra, Orquestra Tabajara, Carmem Cavalaro ao piano. Veio a praga e os belos dias se foram.
Se você colocar na balança as boas coisas e as más que a internet te proporciona, vai descobrir que o prato da balança com as boas coisas perde para o das más mas , por Deus, como viver sem as baboseiras do facebook?
Não é tão penoso ficar sem os bons textos do Consolaro, do Tito Damaso, da Elaine Alencar, dos microcontos da Rita Lavoyer, da Maria de Fátima Florentino, do Wandy Zafalon, mas ficar sem as pérolas de sabedoria que postam no facebook, como ficar?
Como ficar sem os radicais da esquerda e da direita, dos nazistas, dos facistas, neofacistas, PTralhas e bolsonímios que fazem a glória do nosso imortal facebook?
Como ficar sem as tiradas homofóbicas de pessoas que no fundo, lá no fundinho, são mais homo que fóbicas?
Tem gente até muito culta, que já viveu em diversos governos, mas briga para valer, dizendo que o atual governo já merece as glórias dos altares. Seria até bom ver o Bolsonaro ao lado da Madre Tereza, de Calcutá, da irmã Dulce enfeitando os nossos altares. Afinal, estou neste barco e quero que ele faça um santo e profícuo governo. Esquecem que outros governos não fizeram diferente, ou seja, acenderam velas para Deus e para o capeta.
Outra coisa interessante são as orações que fazem no face; acham que Deus tem tempo para perder nas redes sociais. Uma oração é um momento íntimo entre quem ora e seu Deus, mas se não postar no Face, Ele não fica sabendo. E aqueles que dizem: verdade, amém, para todas as tiradas filosóficas-religiosas-políticas mais estapafúrdias saídas da mente de alguns barbudos, com cara de monge tibetano.
Tem coisas boas além dos textos supracitados? Claro que tem. Eu, por exemplo, gosto daquelas receitas de frango com polenta, daqueles pratos árabes e italianos que alvoroçam as minhas lombrigas. Vejo as receitas e me contento com o trivialíssimo arroz com feijão e filezinho acebolado. Nos finais de semana, me regalo com as massas da Massas tia Lourdes e os pratos finos feitos pela Fatinha.
Não chegou a ser um dia de fúria como o vivido por Michael Douglas no filme, não surtei...Mas foi um dia de cão. By de way, porque chamar um dia difícil de dia de cão?
Se tem um animal paparicado é o cão. Chegam até possuir roupinha de frio, protegidos por caridosas mamães e titias.
*José Hamilton Costa Brito, advogado, escritor, membro do Grupo Experimenta da Academia Araçatubense de Letras
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