“Tenha cuidado com o que você deseja”, a sua mãe deve ter dito. “Questione seus desejos”, advertiu Teseu na peça Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare. “Você não deve cobiçar”, ordena a Torá. Por que todos esses avisos? O cumprimento de nossas esperanças é uma receita para o desapontamento? Para alguns sim.
Pergunte aos ganhadores da loteria, por exemplo. Depois de esperar que o
dinheiro os fizesse felizes, cerca de 70% deles devolveria tudo se pudesse
desfazer os danos que causou em suas vidas. Infelizmente, esses 70% acabam se
divorciando e enfrentam sérias disputas entre a família, poucos anos depois de
ganharem a sorte financeira inesperada.
Pergunte a um terço de todas as pessoas que foram bem-sucedidas ao subir
na escada corporativa. “Quando uma pessoa sobe essa escada, você acha que ela
de alguma forma torna-se mais segura de si. Porém é exatamente o contrário “,
afirma John Kolligian, um psicólogo universitário que estuda a incerteza que
segue o sucesso. Essas pessoas que alcançam lugares altos são incapazes de superar a autocrítica intensa, e sentem-se
como impostoras. Como resultado, sofrem
de ansiedade, insegurança e depressão.
O autor irlandês Oscar Wilde escreveu certa vez: “Neste mundo só existem
duas tragédias. Uma é não obter o que se deseja, e a outra é obter”. No fundo,
nossa maior esperança não é a fama, conforto, riqueza ou poder. Essas
recompensas criam tantos problemas quanto podem resolver. Se alcançarmos nossos
objetivos, se nossos sonhos se tornarem realidade, estaremos prestes a acordar
um dia e perguntar: “É isso?”
Nunca estamos felizes ou satisfeitos, até pararmos de avaliar nossas realizações na vida real em contraste com o sonho de qualquer coisa que imaginamos que nos faria felizes. Daniel Levinson chama isso de “tirania do sonho”. Cada um de nós desenvolvemos esse sonho quando éramos jovens. Talvez ele foi plantado por pais ou professores, ou talvez tenha surgido de nossa própria imaginação.
O Sonho era ser
realmente especial um dia. Sonhamos que
nosso trabalho seria reconhecido, nosso casamento seria perfeito e nossos
filhos seriam exemplares. Podemos ter ousado sonharmos que seríamos famosos e influentes. E se
tivermos sido atingidos por um choque maior – diagnóstico de câncer, por
exemplo – nosso Sonho e adiado enquanto esperamos pela cura. Mas seja o que for
que estamos sonhando, mantemos a esperança de que um dia o sonho se realizará e
o conto de fadas está completo. Todavia o pensador Anais Nin nos lembra,
“estamos envenenados por contos de fadas”. Eles não se tornam realidade. O
Sonho nunca pode nos fazer felizes. Mesmo se alcançarmos o sucesso que imaginamos é provável que nos
sintamos vazios. Por quê? Porque nossa maior esperança não é por fama, riqueza
ou poder. Essa esperanças são rasas. Nossa maior esperança é mais profunda.
SAIBAMOS DISSO OU NÃO, NOSSSA MAIOR ESPERANÇA É POR SENTIDO DE VIVER.
GERVÁSIO ANTÔNIO CONSOLARO - diretor regional da Assoc. Fiscais de Rendas-SP, consultor tributário, agente fiscal de rendas aposentado, ex-delegado regional tributário, ex-assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador, contador, bacharel em Direito, pós-graduado em Direito Tributário, curso de gestão pública avançada pela Amana Key e coach pela SBC.
Um comentário:
Meu amigo, li seu texto. Concorde que dinheiro não traz felicidade mas é um bom calmante. Eu sou sua leitora não está muito boa hoje esses dias mas eu gosto de seus textos não gosto só de comentar boa noite
Postar um comentário