A elegância de ser está no viver e não no ter! |
- A elegância vem da dor!”.
Como diria o caipira: nesta hora “correu um frio na espinha.”
E ele continuou a falar entusiasmado:
- Mesmo assim, não conseguiram me convencer e me deixo levar pela
juvenil alegria de acreditar na plenitude do amor e na incompetência do ódio! O
coração palpita, as costelas parecem não conter o batimento ao inflar o peito.
O abraço dura uma vida inteira, o aperto parece fundir e o roçar sutil induz um
orgasmo magnético no frenesi de íons e proteínas inquietas. Permito-me sentir o
caos absoluto que fez surgir o universo do nada. Como é bom curtir o big-bang, o
expandir do mundo e o doce veneno do amar incondicional. Claro que tem
chocolate amargo, Campari picante e jiló frito com cerveja. O amargor da
maturidade também deve ter algo bom: curtamos!
Entusiasmado com nosso encontro e conversa, me conta que seu pai lhe dizia:
-Ame, procure ser feliz e viva intensamente, mas não esqueça que debaixo
das melhores camisas, ternos e das gravatas mais lindas sobre a pele macia e
sedosa do seu peito, mas dentro dele ficarão hematomas, edemas e ruturas de
fibras neurais e cardíacas. A parceria será sempre do amor da paixão com a dor
no coração.
Ele teve um pai apaixonado pela vida que lhe disse:
-Tenhas a fibra de um forte e sorriso de um vencedor, mesmo
que uma máquina de moer carne trabalhe dentro de você auto processando o tempo
todo. Só que dói muito, lhe avisou. A elegância que a dor me deu amigo, me
devolveu as fontes de inspiração, o brilho das condutas e o magnetismo da
bondade e solidariedade.
RECEITA ELEGANTE
O líquen da mágoa e os musgos da
acomodação estão travando as cartilagens. Dobrem os joelhos e deixe os
movimentos de vai e vem fazer ondas e picos na glicemia de viver intensamente.
Questione se não estás contando e valorizando muito os vis metais, pois seus
óxidos intoxicam os canais da sensibilidade! Pergunte a si mesmo: eu sou
elegante? Já não estaria na idade de sê-lo?
Todos envelhecerão e muitos têm
medo de morrer a qualquer hora, mas deve ser melhor fazer isto feliz do que
fazê-lo magoado ou triste! Solte as feras e mostre o furor do menino e
adolescente que assassinas a cada dia e a cada mágoa e derrota. Recupere o
vigor e a vontade de acertar mesmo que tentando e errando, ainda mais agora que
sabes que a elegância vem da dor. Seja
elegante com os que te cercam, inclusive no trabalho. Os acertos valem muito mais que o maior
número de erros. Esta receita é contraindicada para ogros!
CIÊNCIA EXPLICA
A ciência me explica quase tudo.
Explica até que o amor é induzido pela oxitocina, que o prazer tem testosterona
na veia e que o prazer tem umedecimento químico do cérebro por dopamina, mas
não consegue me tirar a vontade juvenil de ser pleno nesta terra. O meu carma
deve ser carente de dopamina. Então, que venha sempre a emoção. Eu e meu amigo
temos a mesma sina!
É amigo, vejo o seu peito cravejado de medalhas e cada uma, representa um tipo de dor. Você se equilibra com elegância para que elas não caiam. Vai chegar o dia que viverás sem estas medalhas e mesmo assim não perderás a elegância na arte de viver! Pode acreditar, um dia isso vai acontecer. E obrigado por lembrar o que eu tinha lhe tinha dito:
- A elegância
vem da dor.
Post scriptum: a “elegância de ser” já foi chamada de educação no dia a dia, fino trato, cortesia, simpatia e alegria.
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
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