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Pomba-rola |
Antonio Luceni*
Parece mesmo que está
faltando algo que complete a sociedade brasileira; razão pela qual tanta gente
anda meio “fora da casinha”, tomando atitudes estranhas, faltando com o
respeito, apontando o dedo no nariz... Numa semana é por conta de mais uma
“crucificação”; na outra por uma tal “propaganda de pergume”; noutra porque...
e por aí vai.
E aí vem o Ricardo Boechat –
aquele jornalista da Band – e faz uma análise acertada, a meu ver, da situação:
“Falta rola”. Fiquei pensando na reflexão proposta por ele, sobretudo porque
foi direcionada a um tipo de personagem social – quer mais teatro do que esse
cara faz – como o tal pastor Silas Malafaia – que é “Mala” até no nome.
Gente que vive se preocupando
com o que os outros fazem ou deixam de fazer deve ter lá suas carências; e quer
coisa melhor do que “rola” pra sanar carência. Você já viu quem, depois de uma
transa bem gostosa, fica de mau humor? Você mesmo, prezado leitor, não gosta de
uma noite (manhã, tarde, madrugada que seja) cheinha de carinho, de beijos e
amassos e, depois de tudo, um ápice de gozo?
Claro que a “rola” sugerida
pelo Boechat não é necessariamente um dos carinhosos apelidos do órgão sexual
masculino; claro que a “rola” aí pode ser o que quer que seja, desde que sirva
para satisfazer o falastrão pastor Mala e, com isso, ele deixe a vida dos
outros em paz, olhe mais para sua própria vida que, com certeza, deve ter mais
de uma centena de coisas para concertada. Mas é claro que também pode ser “rola”
mesmo, uma piroca grandona com a qual irá se divertir um pouco e se acalmar,
rever conceitos e se encontrar em seu mundo erótico reprimido (lembrando
sempre: quem desdenha quer comprar).
Falta “rola” para o mundo.
Caso as pessoas estivessem se divertindo com coisas que lhe causam prazer e que
não ofendem aos demais seres humanos, o mundo seria outro: não haveria guerra,
não haveria mau humor, não haveria tanta gente se alfinetando por aí. Você já
parou para olhar a cara de um apaixonado? Tudo está bom pra ele; tudo está
dentro dos conformes; pode colocar roupa ao contrário, cair cabelo no prato, parar
em semáforo de cinco tempos e nem aí pra ele...
É muito bom quando
encontramos uma “rola” pra chamar de nossa, ainda que seja a nossa própria
“rola”; (como os adolescentes ficam calmos e quietinhos quando descobrem o
prazer que suas “rolas” lhes proporcionam...). Ah, como é bom “bater uma
bronha”... E o negócio é tão viciante que, mesmo depois de ter uma parceira ou
parceiro ao lado, ainda continuamos gostando de nossas próprias rolas; são
nossas amigas para qualquer hora; nunca nos deixam na mão!
E esse cara, o Mala, é o
mesmo que, há alguns anos – agora já percebeu o tamanho da besteira que vinha
cometendo – proibia as mulheres de suas igrejas rasparem os pelos do corpo,
incluindo axilas e outras partes mais escondidas; cortar o cabelo; assistir à
televisão (hoje ocupa várias horas do dia com telecultos); entre tantas outras
imbecilidades, tudo em nome de Deus.
Não somente o pastor Mala,
como também todos os que dedicam suas vidas a cuidar – e depreciar – da vida
dos outros poderiam ser envolver com coisas que lhes dão mais prazer. Que tal
uma rola? A própria ou de alguém, que seja.
*Antonio Luceni é
jornalista e escritor.
Um comentário:
Ah Consa realmente deve ta faltando muita rola , tambem pudera as mulher tao pegando mais mulher que nos homens, bebendo mais que homen, mandando em casa mais que homens... e os que tao ficando desanimado tao fazendo concorrencia pra mulherada....ta que nem a propaganda dos tubos tigre kkkk vai faltar rola pra acalamar tanta gente....
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