AGENDA CULTURAL

25.10.16

O livro infantojuvenil de Graciliano Ramos - recomendamos

Edição ilustrada de um clássico de Graciliano Ramos terra dos meninos pelados é o país de Tatipirun, onde não há cabelos e as pessoas têm um olho preto e outro azul. Nesta nova edição da clássica história de Graciliano Ramos, contamos com os traços e cores de outro Ramos, Jean-Claude, que apresenta um novo estilo para a obra. Preço: 29,90, 82 páginas, ilustrações coloridas e papel grosso. 

Graciliano Ramos, escritor da literatura brasileira, escreveu vários romances, adultos e infantis, como alguns já publicados pela Record (Vidas secas, Angústia, Caetés) e pela Galera (Minsk). Recebeu, pelo conjunto da obra, o prêmio Felipe de Oliveira. 

Jean-Claude Alphen Ramos já criou ilustrações para mais de sessenta livros de outros autores e escreveu, até agora, mais de onze livros, dos quais três receberam o selo "Altamente Recomendável" da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2010, recebeu o Prêmio Literário Glória Pondé da Biblioteca Nacional e foi por duas vezes indicado para o prêmio Jabuti na categoria de ilustração."

O livro permite o trabalho da questão do bullying, das diferenças e do câncer infantil

A terra dos meninos pelados conta a história de Raimundo, alvo das chacotas dos colegas por ser calvo e ter um olho azul, outro preto. Na verdade, ele era vítima de bullying.

Ele resolve ir, certa hora, para a terra de Tatipirun, onde "todos os caminhos são certos" e se aplainam para ele passar. Onde as diferenças são aceitas.

Em Tatipirun, embora muito diferentes entre si, os meninos são todos calvos, têm um olho preto, outro azul, as cigarras tocam suas músicas em grandes discos, as laranjeiras se curvam para oferecer suas laranjas aos passantes. Há uma relação de fraternidade entre os seres.

Vindo de Cambacará, Raimundo estranha as vestimentas dos garotos, iguais às teias que viu serem fabricadas pelas aranhas vermelhas, e se vê dentro de um mundo que lhe oferecer conforto físico e moral.

Integrando-se gradativamente à terra, Raimundo vai conhecendo Pirenco, Talima, Sira, um menino-anão e Caralâmpia, a menina que virou princesa e tem nos braços pulseiras de cobra coral, no peito um broche de vaga-lume. 

Procurando sempre os maquinismos ocultos, preocupado com a lição de geografia, e retificando a lição de geografia, Raimundo atravessa essa terra toda feita de diferenças, onde se reordenam alguns conceitos que possuía, mas ele não abandona o racionalismo ensinado em Cambacará.


Apesar de ser insistentemente convidado a ficar em Tatipirun, volta para Cambacará, não se adapta.

Um comentário:

Gabriel Araújo dos Santos disse...

Só o Consa Mesmo, só ele mesmo para nos presentear com um comentário tão fascinante, fascinante como a própria história. Obrigado, idealista Consolaro!!!!