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Fátima Florentino, escritora, coordenadora do Grupo Experimental da AAL e da página de microcontos no Facebook com seu nome. Autora do livro "Vielas literárias". Araçatuba-SP
Estamos vivendo um tempo de urgências. Tudo é para ontem e nada pode esperar. Mal respiramos, correndo de um lado para o outro tentando atender a tudo e a todos. Abraçamos várias causas, situações e obrigações. Tudo a ser cumprido com data e hora pré-determinados.
Enquanto conversamos com alguém à nossa frente, também estamos falando pelo WhatsApp com duas, três ou até mais pessoas e grupos ao mesmo tempo. E o pior, não queremos deixar ninguém sem resposta. Aquele sinal “verde” no telefone nos incomoda. É preciso visualizar. É preciso participar, emitir nossa opinião, responder aos nossos contatos (que são muitos).
O que está acontecendo conosco? Para que tanta pressa? Quem nos cobra tanta eficiência e rapidez? Por que ninguém pode esperar alguns minutos?
Não sei você, caro leitor, mas eu estou exausta. Nessa correria contra o tempo. Dando passos maiores do que posso alcançar. Querendo abraçar todos os problemas do mundo, sem sequer dar conta das pequenas obrigações do meu cotidiano. Vale lembrar que minha rotina, há não muito tempo, era simples, com tudo se encaixando perfeitamente e acredite, ainda havia um tempinho disponível para se fazer absolutamente nada. Ficar à toa.
Não consigo me lembrar quando foi que tudo saiu do controle. Quando foi que se reduziram as minhas horas e as tarefas cresceram assim, assustadoramente? Quem impôs todas essas obrigações à minha agenda? Quem está me ditando tudo que tenho que fazer?
Basta! Necessito parar agora para não enlouquecer, não explodir. Contar até dez. “Dar um tempo. ”
Preciso respirar pausadamente. Sentir o ar entrar e encher os meus pulmões. Desacelerar. Soltar o ar bem devagar. Não pensar em mais nada, apenas me concentrar na respiração. Usufruir dos benefícios que esse movimento, lento e restaurador, pode proporcionar de bom ao meu corpo e à minha mente.
Depois de alguns minutos, concentrada apenas em minha respiração, abro meus olhos e sinto uma mudança significativa ao meu redor. Alguém, não sei quem, eliminou metade das tarefas. Impressionante, como agora consigo enxergar que nem tudo era tão urgente. Aliás, a maioria das coisas não pedia pressa. Tudo pode ser executado com calma, uma coisa de cada vez, ao seu próprio tempo. Do jeito que der.
Faço uma lista das coisas a serem feitas e estabeleço prioridades. Mais um segredo para organizar a minha vida.
Uma boa sensação me invade. Vou fazer aquilo que é possível. O restante fica para depois. Quando for possível. Sem pressa. Afinal, sou eu que decido.
Um comentário:
Este belo texto não me surpreende. Sabia bela escritora que ela ê. Este dismante eu garimpei e o GE está lapodando
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