Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Não estou me referindo a vice-campeão, mas ao substituto
do titular. Atualmente, o vice-campeão de disputas esportivas já está recebendo
bons prêmios.
Dizem que vice não dá nome a logradouros públicos, como forma
de desvalorizar o cargo, mas ultimamente o vice tem feito diabruras na política
brasileira.
Sarney era vice de Tancredo, e assumiu. Itamar Franco era
vice de Fernando Collor, assumiu também. O Michel Temer traiu Dilma Rousseff e ajudou
os golpistas. Foi presidente, desmoralizado, mas foi.
O atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin,
foi assediado, cercado para ser vice de Lula. O cara de Pindamonhangaba tirou o D
do PSDB, e seu partido se transformou em PSB. Assim transformou-se em legítimo
vice-presidente.
Um empresário cuidava de seus procedimentos
bancários numa das agências do BB, e eu fazia o mesmo, quando me abordou. E foi
dizendo:
- Vocês, petistas, criticaram tanto o Alckmin quando
governador, e transformaram o “picolé de chuchu” em a segunda autoridade do
Brasil.
Eu respondi:
-Verdade! Mas se seu concorrente, o predador de sua
empresa, que lhe deu sempre prejuízos viesse de repente propor uma compra
fantástica de seus produtos, você ia recusar a oferta só por birra, sendo que você
estava com a corda no pescoço?
Ele respondeu não. Lógico, agiria com o cérebro e não com o
fígado.
Assim ocorreu com Lula e Alckmin. Um esteve preso (injusta
ou justamente) por quase 600 dias, o outro tentou a presidência por quatro
vezes e não ganhou. Então se juntaram e fizeram limonada do limão. Isso se
chama resiliência, meu caro. Vice é isso também.
Em Birigui, o vice-prefeito morreu. Em Mirandópolis, a política
está confusa. Em Araçatuba, o vice com mais tempo no cargo de prefeito foi
Válter Tinti (dois anos e meio).
O político se candidata a prefeito e não escolhe o vice,
enrola para fazer futuras composições, com um partido da coligação ou da
federação. O vice escolhido pode não ser bom de voto, mas sua presença na chapa
dá glamour.
Segundo analistas, em Araçatuba, nos últimos mandatos de
prefeitos, os dois vices escolhidos foram responsáveis pela eleição do titular:
Carlos Hernandes (vice de Cido Sério); Edna Flor (vice de Dilador Borges).
A harmonia entre o titular e o vice ajuda muito. Os dois
podem tocar juntos o plano de governo, trocar ideias, trabalhar com a câmara
municipal. Como dizem os linguarudos, o vice é um mal necessário.
Em certos municípios, o vice só recebe salário se assumir
o cargo de prefeito. Em Araçatuba, o vice recebe igual a um vereador, mas
precisa cumprir duas horas de expediente diariamente. E se assumir cargo de
secretário, opta pelo salário maior.
Cá estou (PT), nesta eleição, a ser candidato a vice-prefeito de Cido Sério (PV): Frente Brasil da Esperança. Dois sujeitos com experiência em administração pública, filhos de mães longevas. O Lula é nosso guia político.
Um comentário:
Sempre tive na mente ter você como PREFEITO. Não perdi a esperança...
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