AGENDA CULTURAL

13.8.24

Vice não serve pra nada!



Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Não estou me referindo a vice-campeão, mas ao substituto do titular. Atualmente, o vice-campeão de disputas esportivas já está recebendo bons prêmios.

Dizem que vice não dá nome a logradouros públicos, como forma de desvalorizar o cargo, mas ultimamente o vice tem feito diabruras na política brasileira.

Sarney era vice de Tancredo, e assumiu. Itamar Franco era vice de Fernando Collor, assumiu também. O Michel Temer traiu Dilma Rousseff e ajudou os golpistas. Foi presidente, desmoralizado, mas foi.

O atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, foi assediado, cercado para ser vice de Lula. O cara de Pindamonhangaba tirou o D do PSDB, e seu partido se transformou em PSB. Assim transformou-se em legítimo vice-presidente.

Um empresário cuidava de seus procedimentos bancários numa das agências do BB, e eu fazia o mesmo, quando me abordou. E foi dizendo:

- Vocês, petistas, criticaram tanto o Alckmin quando governador, e transformaram o “picolé de chuchu” em a segunda autoridade do Brasil.

Eu respondi:

-Verdade! Mas se seu concorrente, o predador de sua empresa, que lhe deu sempre prejuízos viesse de repente propor uma compra fantástica de seus produtos, você ia recusar a oferta só por birra, sendo que você estava com a corda no pescoço?

Ele respondeu não. Lógico, agiria com o cérebro e não com o fígado.

Assim ocorreu com Lula e Alckmin. Um esteve preso (injusta ou justamente) por quase 600 dias, o outro tentou a presidência por quatro vezes e não ganhou. Então se juntaram e fizeram limonada do limão. Isso se chama resiliência, meu caro. Vice é isso também.    

Em Birigui, o vice-prefeito morreu. Em Mirandópolis, a política está confusa. Em Araçatuba, o vice com mais tempo no cargo de prefeito foi Válter Tinti (dois anos e meio).  

O político se candidata a prefeito e não escolhe o vice, enrola para fazer futuras composições, com um partido da coligação ou da federação. O vice escolhido pode não ser bom de voto, mas sua presença na chapa dá glamour.   

Segundo analistas, em Araçatuba, nos últimos mandatos de prefeitos, os dois vices escolhidos foram responsáveis pela eleição do titular: Carlos Hernandes (vice de Cido Sério); Edna Flor (vice de Dilador Borges).  

A harmonia entre o titular e o vice ajuda muito. Os dois podem tocar juntos o plano de governo, trocar ideias, trabalhar com a câmara municipal. Como dizem os linguarudos, o vice é um mal necessário.

Em certos municípios, o vice só recebe salário se assumir o cargo de prefeito. Em Araçatuba, o vice recebe igual a um vereador, mas precisa cumprir duas horas de expediente diariamente. E se assumir cargo de secretário, opta pelo salário maior. 

Cá estou (PT), nesta eleição, a ser candidato a vice-prefeito de Cido Sério (PV): Frente Brasil da Esperança. Dois sujeitos com experiência em administração pública, filhos de mães longevas. O Lula é nosso guia político.                                                                                   

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre tive na mente ter você como PREFEITO. Não perdi a esperança...