Minha neta Luísa, uniformizada, torcendo pelo Brasil |
Hélio Consolaro*
O álbum de figurinhas de 2014, Panini, página do selecionado brasileiro apresenta
algumas diferenças. Robinho não foi convocado e Felipe Scolari acrescentou mais
seis nomes.
Nesses tempos de muita virtualidade, isso não é importante.
O bom mesmo é trocar figurinhas, colecionar, se entusiasmar com alguma coisa.
Se nesses 30 dias de festa, cada cidade brasileira virou
sede da Copa do Mundo, cada campinho se tornou o mais moderno estádio do Brasil –
conforme a belíssima propaganda da cerveja Bhrama – a figurinha se tornou o
sonho de cada garoto atleta no período pré-Copa.
Um jornalista me perguntou recentemente qual foi a principal
Copa do Mundo para mim. Respondi na lata: 1962, porque já morava na cidade. Já estava
no ginásio, 13 anos de idade, descobri a urbanidade. Ouvi a Copa do Mundo pelo
rádio e conhecia a estampa de cada jogador pelas figurinhas. Passado o certame,
a meninada passou a colecionar santinhos distribuídos pelo padre no final de
cada missa.
Pela Copa do Mundo, vamos marcando a nossa vida. Em 2010,
perdi o meu pai depois do primeiro jogo da Copa do Mundo. Neste ano, tenho duas
netas bem pequenas que participam pela primeira vez de uma Copa. Não sei se entendem aquilo
que vivem, mas estão conosco de corpo e alma.
No jogo de quinta-feira, entre Brasil e Croácia, ouvi
brasileiros, pelos fogos, comemorarem o gol contra do jogador brasileiro
Marcelo. Fiquei com dó do jogador, mas temos compatriotas que só dão bola fora,
quando marcam, é gol contra.
Nos três gols do Brasil, pulei e xinguei muito, os traíras,
os quintas-colunas, os coxinhas, enfim, eles disseram que não haveria estádios
prontos, que nada ia dar certo. Esse tipo de gente não acredita no Brasil, no
povo brasileiro, tem complexo de vira-lata.
Como tudo está dando certo, resta-lhes torcer contra o
selecionado brasileiro, pensando em prejudicar a reeleição da Dilma. O povo
sabe separar bem futebol de política, aliás, não gosta da mistura desses dois
elementos.
Mal sabem os contras que em 2002, gestão do presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil foi campeão, mas o tucano não fez o sucessor, quem se elegeu foi o Lula
(PT).
Terça-feira, dia 17/6/2014, o jogo será entre Brasil e
México em Fortaleza. O Consa estará novamente uniformizado de verde-amarelo
para torcer por nossa seleção. Lula batalhou para o Brasil ser a sede da Copa,
Dilma realizou o sonho. Agora falta o Felipão fazer a sua parte com nossos
jogadores: ser hexa.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário
municipal de Cultura de Araçatuba-SP
Um comentário:
Consa, tem que se tirar o chapéu pra você, meu caro. De início, imaginei que essa crônica fosse de dias atrás, ou até meses. Nada disso! Cheirando a fumaça que ainda está aí solta no ar, fumaça dos fogos de comemoração do primeiro dia da Copa. Você só se esqueceu de uma coisa. Não só você, mas os organizadores do evento da abertura, que não apresentaram o MASCOTE da Copa, o inofensivo tatu bola. Também, quem bolou tudo aquilo é gente lá do estrangeiro, e por lá não conhecem o tal bichinho. Uma pena!!!!
Abraços, Bié.
Postar um comentário